Saúde

As diferenças entre tristeza e depressão

Provavelmente você conhece pelo menos uma pessoa que declara ter depressão, até mesmo quando não houve um parecer clínico de um profissional. A palavra “depressão” já é bem popularizada, mas a falta de informação acaba banalizando o real significado da doença.

Aline Carvalho Monteiro, psicóloga da Doctoralia, alerta para o problema da alta quantidade de diagnósticos errados. “A maioria dos usuários de antidepressivos, hoje em dia, fazem uso desses medicamentos sem necessidade. A tolerância ao sentimento de tristeza e frustração está cada vez mais baixa, na sociedade contemporânea, que passou a buscar por um diagnóstico do sentimento e, consequentemente, de uma medicação que amorteça o sofrimento”.

A psicóloga destaca algumas das principais características da patologia e do sentimento, o primeiro passo para a pessoa identificar em qual condição ela pode se encaixar.

 Tristeza

  • Sentimento comum vivido por qualquer ser humano em diversos momentos da vida;
  • Normalmente provém de um evento externo real, como a perda de algo ou alguém significativo na vida da pessoa;
  • Uma pessoa que sofre de uma tristeza intensa e não dispõe de recursos internos para dar significado a esse sentimento pode desenvolver um quadro depressivo;
  • Por não se tratar de uma doença e sim um sentimento, não tem cura.

 Depressão

  • Doença caracterizada pela mudança de humor e perda de vontade em atividades do cotidiano que em períodos anteriores eram fontes de prazer e dotadas de motivação;
  • Fortemente relacionada à predisposições genéticas e disfunções neurológicas;
  • Existe a depressão leve, moderada e profunda. Esta irá variar de acordo com a gravidade dos sintomas, período de permanência da doença e capacidade de resposta do paciente.
  • A melancolia, para a psicanálise, é o estágio mais extremo da depressão, caracterizado por uma forte apatia e ausência de resposta à estímulos que antes mobilizavam o indivíduo.

 Para identificar os primeiros sinais da depressão, é importante que a pessoa seja honesta consigo e aceite a possibilidade de contar com ajuda profissional. “Quanto mais cedo o paciente perceber que pode estar sofrendo de depressão e procurar ajuda, mais facilmente irá reagir positivamente ao tratamento”, ressalta Aline.

“O que acontece, é que muitas pessoas resistem em aceitar que podem estar doentes e   relutam em procurar um psicoterapeuta, acreditando que resolverão seus conflitos sozinhos, e nem sempre isso é possível”, complementa.

 De acordo com a especialista, a avaliação leva em consideração os fatores genéticos que podem predispor a pessoa à depressão, bem como aspectos neurológicos. “É fundamental a investigação da presença da doença em familiares, sendo que também está relacionada à disfunção de algumas substâncias químicas do cérebro, como o neurotransmissor chamado serotonina”.

 Tratando a depressão

Após a avaliação do psicólogo, o tratamento varia conforme o nível da doença, que pode ser leve, moderada ou profunda. Aline esclarece que “dependendo da gravidade, o tratamento deverá ser multidisciplinar, ou seja, medicamentoso, realizado por um psiquiatra, e psicodinâmico/comportamental através da psicoterapia, que deverá ser realizada por um psicólogo”.

“Em um processo de psicoterapia faz-se necessário identificar a qualidade do diálogo interno do paciente, que muitas vezes, é  improdutivo , cíclico  e disfuncional”, explica a psicóloga. “A atividade física também é fortemente recomendada como um dos tratamentos para a depressão”.

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