Anvisa aprova nova combinação de tratamento para mieloma múltiplo
Pacientes com mieloma múltiplo que já receberam pelo menos uma terapia anterior poderão utilizar, em breve, uma nova combinação de tratamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem a utilização de daratumumabe em associação com lenalidomida e dexametasona – esquema capaz de reduzir em 59% o risco de progressão ou morte pela doença, quando comparado com o esquema padrão com lenalidomida e dexametasona apenas.
Dados do estudo Pollux, apresentados durante o Congresso Americano de Oncologia (ASCO), demonstram que a adição de daratumumabe ao regime padrão (lenalidomida e dexametasona) prolonga o tempo sem piora da doença e aumenta de 76% para 93% a taxa de resposta global ao tratamento. Além disso, mais da metade dos pacientes que utilizaram a combinação dos três medicamentos teve resposta completa ou melhor (51% vs. 21% com o regime padrão). Daratumumabe e a dexametasona já estão disponíveis no mercado brasileiro, enquanto a lenalidomida ainda precisa obter a definição de preço junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Sobre daratumumabe
Daratumumabe é um anticorpo monoclonal e foi o primeiro imuno-oncológico (quando o medicamento estimula o próprio sistema de defesa do corpo a atacar o câncer) aprovado para o tratamento de mieloma múltiplo.
O medicamento foi avaliado em regime de priorização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que antecipou em um ano e meio a chegada da terapia no Brasil – praticamente ao mesmo tempo em que os principais países do mundo, em maio de 2017. Para os pacientes que já receberam uma terapia anterior, daratumumabe também é aprovado no Brasil em associação com bortezomibe e dexametasona. Para pacientes que já falharam a duas classes de medicamentos, daratumumabe pode ser utilizado em monoterapia.