Grendene atinge lucro líquido de R$660,9 milhões em 2017
O ganho da Grendene em 2017 foi de R$660,9 milhões, representando um retorno sobre o Patrimônio Líquido do início do ano de 23,7%, dos quais a empresa propôs como distribuição de dividendos e JCP o valor de R$378 milhões, reinvestindo o restante na companhia. Segundo Francisco Schmitt, CFO da Grendene, apesar do baixo consumo de calçados no mercado doméstico, do acirrado ambiente competitivo e do aumento de impostos, os resultados operacionais foram bons, com crescimento de 16,5% no Ebit e margem Ebit de 20,7% – 1,2 p.p. maior que igual período do ano anterior. Entretanto, com a queda nos juros, o resultado financeiro caiu 11,2%, resultando em crescimento no lucro líquido de 4,2% com margem líquida de 29,3%, queda de 1,7 p.p. em relação a 2016.
Em 2017, a baixa expectativa para o desempenho da economia interna e para a volta do crescimento no mercado de calçados foi confirmada, mas este cenário sombrio no mercado doméstico se contrapôs a um mercado internacional em sincronia de crescimento econômico, o que permitiu alguma recuperação de volumes, especialmente no 4T17 quando os volumes de exportação cresceram 42,7%.
A geração de caixa operacional em 2017 foi de R$525,7 milhões e os dividendos propostos correspondem a um payout de 59% (dividendos e juros sobre capital próprio dividido pelo lucro após a constituição de reservas legais) e dividend yield de 4,7%. Estes resultados foram obtidos apesar de uma queda de R$30 milhões no resultado financeiro, aumento de impostos de cerca de R$31 milhões, e do efeito negativo na receita de exportação devido à variação cambial de 8,5%.
Schmitt observa que na construção de marcas, a empresa avançou com o projeto “Clube Melissa”, ultrapassando as expectativas iniciais estabelecidas em 2012, quando o projeto de franquias começou e foi traçada a meta de ter 200 lojas até 2017. A companhia encerrou o ano com 263 lojas franqueadas, um aumento de 22 lojas em um ano de baixo crescimento no varejo. “Aproveitando este resultado, a Grendene lançou o mini Clube Melissa que deve impulsionar o crescimento deste projeto em 2018”, reforça o executivo.
Além disso, segundo Schmitt, a empresa fortaleceu suas marcas tradicionais – Rider, Cartago, Ipanema, Zaxy, Grendha e Grendene Kids -, com inúmeros esforços de marketing e comunicação. Entre as iniciativas que proporcionaram bons resultados, destaque para as ações da marca Rider, que reforçou sua ligação com esportes em colaboração com a NBA; da Zaxy, que alinhou-se ao comportamento do seu público-alvo, fazendo a comunicação da marca pelo primeiro ano totalmente digital e atingindo a marca de 1 milhão de fãs no Facebook; também no segmento infantil, com a Grendene Kids, a empresa teve várias conquistas: Prêmio de Licenciado do Ano Nickelodeon, Contrato Global com a Mattel e Contrato Global com a Warner.
Schmitt lembra ainda que, coerente com o seu modelo de negócios, a empresa não investe apenas em marcas e marketing. “Para perseguir a continuidade de bons resultados, a companhia tem investido em suas operações fabris, no que se convencionou chamar de indústria 4.0. Robotização, automatização e IoT (internet das coisas) são algumas das ferramentas que a Grendene tem aplicado para melhorar a qualidade dos produtos, a assertividade e pontualidade nas entregas e, ao mesmo tempo, manter os custos sob controle e o planejamento de produção otimizado”, diz.
Os bons resultados e esforços da empresa foram reconhecidos pelo mercado em 2017 e a ação da Grendene (GRND3) se valorizou, proporcionando um rendimento de 69,3% (considerando o reinvestimento dos dividendos) aos acionistas, no mesmo período em que o IBOVESPA valorizou 26,9%.
O setor de calçados deve fortalecer a sua recuperação dentro do quadro econômico mais amplo. Para 2018, a Grendene espera um aumento de consumo no Brasil em número de pares da ordem de 3% a 5%. Entretanto, não tem expectativas concretas de voltar ao volume recorde de pares apresentado em 2014. Seja qual for a situação do mercado, a companhia buscará obter resultados maiores que os do ano passado, como é feito repetidamente. “Para o primeiro semestre de 2018 esperamos números positivos impulsionados pela copa do mundo na Rússia, o ano eleitoral brasileiro e o bom momento da economia mundial. O desemprego caindo e a inflação baixa aumentam o poder de compra dos consumidores e esses são sinais que o consumo de calçados pode voltar a crescer, recuperando parte das perdas ocorridas nos últimos anos”, afirma Schmitt, que ressalta: “as empresas que souberam se fortalecer durante o período de crise, como a Grendene, se preparam para colher os resultados de uma economia mais saudável”.