FIERGS: queda na atividade industrial do RS não compromete retomada

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), que mede o nível de atividade do setor no Estado, após dois meses de crescimento apresentou um recuo de 2% em janeiro, na comparação com dezembro de 2017, feito o ajuste sazonal. Esta queda, porém, comum em períodos de volatilidade que caracterizam as fases de retomada econômica, não indica que a recuperação do setor é interrompida. Prova disso é que, ao comparar os dados com o mesmo período de 2017, o IDI-RS, produzido a partir de pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), teve uma alta de 5%. “A trajetória de crescimento, iniciada no ano passado, tende a se manter. Durante esse processo de recuperação, oscilações na atividade industrial, como a que tivemos em janeiro, são esperadas”, observa o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Em relação a dezembro de 2017, o IDI-RS refletiu a baixa em metade dos seis componentes que fazem parte da pesquisa – massa salarial real (-1,4%), horas trabalhadas na produção (-0,5%) e utilização da capacidade instalada-UCI (-0,4 p.p.). Entretanto, ao comparar com o primeiro mês do ano passado, a UCI cresceu 1,9 p.p. Outros três componentes subiram frente a dezembro, sendo que o faturamento real foi o principal destaque positivo, ao avançar 1,8%. Aumentaram ainda as compras industriais (1%) e o emprego (0,4%). “Em meio às oscilações, há uma clara tendência positiva. Os juros menores, a inflação baixa, a melhora gradativa do mercado de trabalho, os estoques ajustados e a confiança industrial estão criando condições mais favoráveis para a demanda interna, a base desse processo de recuperação”, diz Petry, lembrando que as exportações também contribuem, cenário que deve manter o desempenho positivo nos próximos meses.

Na base de comparação com janeiro do ano passado, o incremento de 5% foi a sétima taxa positiva seguida e a maior desde outubro de 2013. O faturamento real (13,8%) e as compras (10,5%) deram as maiores contribuições para esse desempenho. Em um ritmo menor, as horas trabalhadas na produção (3,5%), a UCI (2,0 p.p.) e o emprego (0,7%) também avançaram, e apenas a massa salarial caiu, -3,8%.

A influência principal para a elevação anual da atividade na indústria gaúcha veio de dois setores: Tabaco, com crescimento de 47%, e Veículos automotores, com 33,5%. Contribuíram em menor medida Produtos de metal (8,1%) e Couros e calçados (3,8%). No sentido oposto, dois dos maiores segmentos mostraram queda na atividade no período: Químicos e refino de petróleo (-5,5%) e Máquinas e equipamentos (-1,6%). Nove dos 17 setores pesquisados tiveram alta.

 

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