Falta de sono pode afetar até o coração

Nesta sexta-feira (16/3) celebra-se o Dia Mundial do Sono. A data, criada pela Associação Mundial de Medicina do Sono (World Association of Sleep Medicine) pretende diminuir os problemas relacionados com a falta de sono. Eles podem atingir todas as áreas do nosso corpo e provocar até doenças cardiovasculares, que já são consideradas a principal causa de morte no país atualmente.

Recentemente o Datafolha comprovou que o brasileiro está perdendo qualidade na hora de dormir. Conforme o estudo, em 2008, 68% dos idosos respondentes atribuiu bom ou ótimo ao sono. Esse número caiu 14% nos últimos dez anos, e no ano passado, apenas 54% dos idosos avaliou o sono como bom ou ótimo.

A falta de sono está atrelada a nova rotina do brasileiro, que trabalha e acumula cada vez demandas, ao aumento da violência, do desemprego e até mesmo de catástrofes. Além do uso do aparelho celular antes de dormir. A médica e especialista em sono do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (Iborl), Aliciane Mota, explica que a perda da qualidade na hora de dormir pode afetar a memória, o coração, o cérebro e causa até impotência. “Um estudo recente provou que 33% dos pacientes apneicos tem disfunção erétil, então, é muito comum essa correlação”, afirma.

O cardiologista Fausto Stauffer complementa. “Dormir pouco ou mal ocasiona a liberação de substâncias adrenérgicas com aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e até espasmos das artérias do coração. Quando dormimos mal em decorrência da apneia do sono, podemos ter arritmias, AVC e até infarto pela queda do oxigênio no sangue”, exemplifica.

“A curto prazo, a pessoa perde a concentração, fica ansiosa, cansada e irritada. A longo prazo, todos os sintomas a curto prazo, além de arritmias e pressão elevada. No caso de SAOS (síndrome apneia obstrutiva do sono), existem estudos que demonstram aumento da mortalidade cardiovascular”, destaca Stauffer.

Tratamento
Atualmente existem inúmeros procedimentos para resolver os problemas com o sono. O paciente pode operar o nariz, a garganta, a base da língua e até o esqueleto facial. Há ainda os aparelhos intraorais e aqueles geradores de fluxo aéreo. “Tudo isso estará sempre associado às medidas comportamentais, de perda de peso, de um modo geral, de reorganização de outras partes da saúde do paciente, que não só aquele ponto que vamos cuidar. O paciente é visto como um todo, porque os distúrbios do sono são multifatoriais”, finaliza Aliciane.

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