Fibromialgia: doença reumática precisa de tratamento multidisciplinar
Sociedade Brasileira de Reumatologia revela que a doença atinge de 2% a 3% da população - principalmente mulheres entre 30 e 55 anos
Ter um problema e não conseguir descrever os sintomas ao médico. Para muitas pessoas essa frase não faz sentido, mas àqueles que sofrem de fibromialgia podem se identificar com a questão, como revela um estudo feito pelo Instituto Harris Interactive, que constatou que 63% dos pacientes não sabiam como descrever os sintomas da doença. O levantamento ouviu 904 pessoas, sendo 300 pacientes e 604 médicos, no Brasil, no México e na Venezuela.
Famosos como Lady Gaga, Morgan Freeman e a atriz brasileira Daniele Valente são algumas das personalidades que sofrem de fibromialgia, que, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), atinge de 2% a 3% da população. Do total de pessoas que sofrem com a doença reumática, a entidade estima que entre 80% e 90% são mulheres, principalmente àquelas entre os 30 e 55 anos de idade.
Considerada invisível e incapacitante, é no tratamento multidisciplinar que muitos pacientes encontram a melhor forma de controlar a doença, como explica a médica reumatologista e coordenadora do Centro de Infusão do Hospital Santa Catarina (SP), doutora Jaqueline Barros Lopes: “envolver diferentes especialistas é a forma mais eficaz de auxiliar o paciente a ter de volta a qualidade de vida. Com isso, conseguimos auxiliá-lo a ter uma postura ainda mais pró-ativa para encarar o tratamento”, diz.
Medicamentos que buscam diminuir a sensação de dor não bastam para tratar a doença. A médica afirma que “é vital que o paciente, em determinada etapa do tratamento, volte a praticar atividades físicas leves, como alongamentos e caminhadas”.
Os sintomas da fibromialgia – que demora entre quatro e sete anos para ser descoberta – podem confundir as pessoas. Dores crônicas em diferentes partes do corpo, como cabeça e pernas, irritação, insônia e problemas de memórias e/ou intestinais são alguns dos sinais. “Como é difícil diagnosticar a doença em exames de sangue ou de imagem, os aspectos clínicos e a avaliação do histórico familiar são as formas mais eficazes do médico identificar a fibromialgia”, concluir doutora Jaqueline.