As más condições das rodovias brasileiras geram perdas de vidas, além dos prejuízos ambientais e econômicos. Em 2016, foram registrados 96.362 acidentes nas rodovias federais brasileiras, resultando em 6.398 mortos. De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2017, esses acidentes custaram R$ 10,88 bilhões em 2016, levando em consideração os custos das perdas de vidas, dos danos materiais dos veículos e das perdas de cargas.
O presidente da seção de Transporte Rodoviário de Cargas da CNT, Flávio Benatti, chama a atenção para o fato de que o gasto com acidentes é maior do que o valor investido pelo governo federal em rodovias. Em 2016, foram pagos R$ 8,61 bilhões em infraestrutura rodoviária (incluindo restos a pagar). “Com acidentes, foram mais de R$ 10 bilhões. Seria mais fácil investir esses recursos em melhoria da malha.”
Na avaliação da CNT, a oferta de uma boa qualidade de infraestrutura rodoviária – com pavimento, sinalização e geometria da via adequados — é decisiva para a diminuição dos acidentes e das mortes.
A Pesquisa CNT de Rodovias mostra que o estado geral de 61,8% da extensão pesquisada apresentou algum tipo de problema. Foram analisados 105.814 km — um acréscimo de 2.555 km (2,5%) em relação ao ano anterior.
Entre as características observadas, a maior queda de qualidade se deu na sinalização, com 59,2% dos trechos apresentando algum tipo de problema nessa característica. A avaliação mostra que, em metade da extensão avaliada (50%), o pavimento foi considerado regular, ruim ou péssimo e, em 77,9%, a geometria da via apresentava alguma deficiência.