Espetáculo sobre brincadeiras na Casa de Cultura Mario Quintana

O espetáculo teatral “Peteca, Pião e Pique-Pessoa”, inspirado em brinquedos tradicionais, em formas brasileiras de contação de histórias, e na associação de aspectos do carnaval e da cultura gaúcha, pode ser visto no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), de 13 a 29 de abril. Em cena, Peteca e Pião contam a história de Pique-Pessoa, enquanto jogam peteca, pião, ioiô, bilboquê, bambolê, cinco marias, cama de gato, jogos de palmas, língua do P, bolitas, jogo da velha, dominó, cartas, e também pulam corda, andam em cavalinho de madeira, manipulam marionete, bonecos de pano e brincam de faz de conta.

A ideia, segundo a diretora e dramaturga Viviane Juguero, é apresentar a novidade de brincadeiras antigas, muitas vezes desconhecidas das crianças da atualidade ou apresentadas de forma tão organizada e didática que perdem o sabor da descoberta. “Os brinquedos artesanais revelam a singularidade de cada confecção. O processo emana do objeto e potencializa a percepção de vivências do presente”, explica.

Peteca e pião são os dois brinquedos tradicionais, com base nos quais foi construída a movimentação dos atores. Assim, o personagem Peteca associa saltos a movimentações de mestre-sala e sapateados presentes em danças gaúchas. A personagem Pião, por sua vez, associa os giros do brinquedo aos giros das porta-estandartes em escolas de samba e de bailados presentes nas danças tradicionais da Região Sul do Brasil.

A peça é encenada pelo grupo Bando de Brincantes que, há quinze anos, enfoca a investigação sobre o universo infantil, a cultura popular, a movimentação extracotidiana e a musicalidade. Surgiu de uma iniciativa da Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude (Assitej) ao convidar artistas do mundo inteiro a refletirem sobre o futuro do teatro para crianças, com base no tema “imagining the future”.

O trabalho está embasado no conceito de “Dramaturgia Radical” desenvolvido por Viviane Juguero, fundamentado no trabalho de Paulo Freire, Humberto Maturana, Mikhail Bakhtin, João Pedro Gil e Vera Lúcia Bertoni dos Santos, entre outros, durante o curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Ficha técnica:

SERVIÇO

Sair da versão mobile