A Fertilização in vitro (FIV), também chamada de ‘bebê de proveta’, é a técnica mais avançada de Reprodução Assistida e uma das mais realizadas em todo o mundo. Ela consiste na coleta dos gametas masculinos e femininos (espermatozoides e óvulos) para o encontro entre os dois em um ambiente laboratorial, formando embriões capazes de gerar uma vida humana. Esses, por sua vez, são implantados no útero da mulher e, caso o tratamento seja bem-sucedido, a gravidez ocorre. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2015 foram feitos 35.615 ciclos de fertilização in vitro, no Brasil mas, mesmo com tantos casos, ainda são poucas as pessoas que conhecem o procedimento.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Dr. João Pedro Junqueira, antes de pensar na fertilização in vitro como uma solução viável, devem ser feitos vários testes e exames que comprovem a origem da infertilidade do casal. “É bastante indicado que os interessados no tratamento tenham tentado a concepção por pelo menos um ano. Entre os exames mais importantes estão o espermograma, que verifica a mobilidade e saúde geral dos espermatozoides, assim como aqueles que mostram a anatomia e viabilidade dos ovários e útero da mulher”, explica.
Quando a FIV é definida como a melhor escolha de tratamento, a primeira etapa consiste na estimulação dos ovários com medicamentos hormonais próprios. Esses vão aumentar de tamanho permitindo que maturem mais óvulos saudáveis, que serão coletados posteriormente. Durante esse processo, ultrassonografias são realizadas para verificar que os ovários atingiram o tamanho esperado. Os óvulos produzidos são aspirados e colocados em um ambiente de cultura propício, onde também ficarão os espermatozoides colhidos do homem.
“No ambiente controlado que simula as condições do útero, espera-se que os gametas se encontrem e formem os embriões. Normalmente, vários embriões são gerados e os mais saudáveis são selecionados e maturados, ficando viáveis para a implantação na mulher. É importante lembrar que os que não forem usados podem ser armazenados em nitrogênio líquido para um uso posterior”, ressalta Dr. João Pedro. O procedimento de implantação é rápido e feito com um fino cateter que posiciona o embrião a um centímetro do fundo do útero. Cerca de duas semanas depois, são feitos os testes que comprovam ou não o sucesso da técnica.
Preparação física e mental
Caso a fertilização in vitro seja apontada como o método mais indicado, o casal deve preparar-se física e mentalmente. Hábitos como fumar e consumir álcool devem ser abandonados e uma rotina alimentar saudável, em parceria com atividades físicas, deve ser adotada pelos dois. Além disso, o casal deve ser informado dos riscos do procedimento e da possível necessidade de tentativas posteriores caso ocorra falha na primeira vez. Em alguns casos, o apoio psicológico profissional pode ser utilizado.
Para um casal onde a parceira tem até 35 anos, as taxas de sucesso do procedimento variam entre 40 e 50%. Entretanto, quanto mais velha for a mulher (principalmente depois dos 40 anos), menos saudáveis serão seus óvulos e mais difícil é a ocorrência da gestação.