O avanço tecnológico vem trazendo cada vez mais praticidade e informações para o mundo contemporâneo. E, na arquitetura, isso não poderia ser diferente. A tecnologia BIM, Modelo de Informação da Construção (do inglês Building Information Modeling), agrega, em uma única linguagem, todas as diferentes áreas envolvidas em um projeto.
Diferente do que se imagina, o BIM não é um software e, sim, uma tecnologia, na qual é possível trabalhar com vários softwares que interligam todos os profissionais envolvidos em um mesmo projeto, trazendo informações como altura, largura, espessura, material a ser utilizado, além de detalhamentos elétricos, hidráulicos, entre outros.
Dentre os poucos escritórios de arquitetura que trabalham com o BIM no Brasil, o Aurora Arquitetura se destaca como especialista no assunto. “A inovação nasce da necessidade. Todos os escritórios ou construtores que hoje utilizam o BIM, em algum momento, se inconformaram com seus processos lentos, falhos e caros e, no nosso escritório não foi diferente. A Construção Civil talvez tenha sido a indústria que mais se atrasou no avanço da tecnologia: saúde, agronegócio, comunicação, parques industriais, todas essas atividades são muito diferentes do que 50 anos atrás. Na Construção Civil não, pouco havia se empregado das tecnologias atuais. Com o BIM, falamos, especificamente, de ganhos na arquitetura, como maior dinâmica e interatividade entre as equipes complementares, menos incompatibilidades nos projetos executivos, maior grau de detalhamento e precisão nas informações, mais dados gerados, melhor apresentação do projeto, entre outros”, explica Denise Aurora, arquiteta que encabeça o escritório Aurora Arquitetura.
De acordo com a arquiteta, o antigo processo de projetos e planejamentos de obras, com projetos em 2D, planilhas de quantitativos e orçamentos e cronogramas desvinculados, é um modelo muito fragmentado de informações o que geravam dúvidas e, até mesmo, erros. “As falhas nos projetos são apontadas como uma das maiores responsáveis pelos desperdícios no canteiro de obras. Diversos estudos e artigos científicos identificam que as obras acabam desperdiçando de 3% a 6% do seu custo em projetos deficientes. A Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário, no Prêmio Bim SINDUSCON SP de 2016, indicou que atingiu 99% de assertividade nos custos e 92% nos prazos, com redução de 16% no tempo de pessoal dedicado ao controle direto da obra. Esses ganhos são possíveis porque na tecnologia BIM, os projetos são colaborativos e interativos, de maneira que as diversas soluções técnicas se desenvolvem em conjunto. A relação com as equipes de orçamento e planejamento também é dinâmica e as informações vinculadas de maneira que há muito menos falhas humanas e perdas de informações no processo”, descreve Denise.
O uso da tecnologia BIM não é um facilitador apenas para os profissionais envolvidos, mas um enorme ganho para os clientes, que terão os seus projetos finalizados em um tempo mais hábil, com enorme assertividade em sua conclusão, sabendo que todos as áreas envolvidas estiveram em total harmonia e discernimento sobre tudo que foi inserido, criado e efetivado no projeto.
“Em 2006, começamos nossa busca por ‘algum software mais inteligente’ que otimizasse nossos processos de criação, análise e respostas aos times complementares. Não sabíamos, mas estávamos em busca do BIM, que já existia. Ao longo destes anos, os desafios de implantá-lo em nossos escritórios foram muitos, mas fomos adquirindo conhecimento e compreendendo que o BIM era muito mais que um software que facilitaria nosso trabalho, mas uma nova mentalidade, disponível através de uma plataforma de tecnologia, que elevou o ciclo de vida de um empreendimento para um outro patamar. A base de um projeto é um conjunto robusto composto de pré-engenharia, engenharia simultânea, projeto colaborativo, inteligência artificial, expertise técnica e de processos. Nesse maciço de habilidades o maior beneficiado é o proprietário da construção. O ganho é conquistado através de uma qualidade técnica entregue, com melhor gestão de tempo e custo e, ainda, no extraordinário facilitador de manutenção e gestão da propriedade por toda vida útil da construção”, encerra a arquiteta.