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Fórum Mundial da Água termina com a participação de quase 100 mil pessoas

O 8º Fórum Mundial da Água termina hoje (23), em Brasília, com a participação de quase 100 mil pessoas durante os sete dias de evento. O documento final deve ser divulgado nos próximos dias, mas os coordenadores dos diversos segmentos temáticos apresentaram os principais resultados das discussões acerca dos recursos hídricos, durante a cerimônia de encerramento. O balanço é que as ações realizadas até agora em relação ao tema são insuficientes para garantir segurança hídrica para toda a população.

Para o coordenador do Processo Regional, Irani Braga Ramos, do Ministério da Integração, o ritmo das ações é insuficiente em muitas regiões. “Diferentes regiões e países estão avançando em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] a partir de pontos de partida diferentes. É necessário expandir de forma sustentável os investimentos em água”, disse. “Os recursos financeiros terão de ser encontrados e a mobilização de financiamento requer boa governança”. Foram mais de 6,7 mil participações nas 59 sessões do Processo Regional e os relatórios apresentam os esforços no compartilhamento de ideias, práticas, desafios e soluções para a água. Desafios esses que, para Ramos, tendem a continuar aumentando devido às mudanças climáticas.

Durante a cerimônia de encerramento do fórum, a coordenadora do Grupo Focal de Sustentabilidade, Marina Grossi, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, ressaltou o senso de urgência e a transversalidade de outros setores em torno do tema água. “Não adianta brigar e não colaborar com os setores que pegam mais água. Nosso alimento também chega mais caro se a água não chega à agricultura”, exemplificou ela. Todos os documentos do Processo Político, assim como de outras comissões, estão ou ainda estarão disponíveis na página do 8º Fórum Mundial da Água.

Durante a cerimônia de encerramento, o coordenador do Fórum Cidadão, Lupercio Antônio, apresentou os dez princípios pactuados durante o evento, como a educação e o acesso a informação para a efetiva participação social na gestão da água. Ele também comemorou o sucesso da Vila Cidadã, espaço que recebeu a visita de 40 mil crianças.

O presidente do comitê do Processo Temático, Torkil Jønch Clausen, também apresentou os resultados das 95 sessões realizadas durante o evento. As mensagens que serão detalhadas no relatório do fórum abrangem questões sobre clima, desenvolvimento, cidades, ecossistemas, finanças, compartilhamento, capacitação e governança. As autoridades brasileiras organizadoras do fórum também passaram a bandeira do Conselho Mundial da Água para os organizadores da nona edição, que será realizado em Dacar, no Senegal, em 2021.

Grande Prêmio Mundial da Água de Quioto

Ainda durante o encerramento do evento, os representantes do Fórum da Água do Japão e do Conselho Mundial da Água entregaram o Grande Prêmio Mundial da Água de Quioto. A organização vencedora da quinta edição foi a Caridade Cristã para pessoas em Situação de Risco (CCPD, sigla em inglês), do país africano Togo.

A organização capacita indivíduos e grupos comunitários para melhorar o acesso a água potável e saneamento por meio da construção e remodelação de instalações de água potável e saneamento. Além disso, a CCPD organiza campanhas e oficinas de conscientização e educação. O trabalho, que vem sendo realizado desde 2013, conseguiu diminuir doenças e mortes relacionadas à água e ao saneamento em comunidades de Togo.

Ao todo, foram 144 projetos inscritos de 46 países. A CCPD receberá o equivalente a US$ 18 mil dólares, que servirão para implementar o projeto e promover a gestão da água em Togo. O prêmio é entregue desde 2003. O objetivo é encontrar e desenvolver boas práticas em todo o mundo relacionadas com o tema água. A quinta edição buscou homenagear organizações que vêm trabalhando para resolver problemas críticos de água nos países em desenvolvimento.

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