Produtores de kiwi iniciam colheita em Caxias do Sul
Média da safra anual chega a 120 toneladas da fruta
Não só de uva sobrevive a agricultura em Caxias do Sul. O produtor caxiense está buscando cada vez mais diversificar a produção. Uma das culturas que está recebendo investimento é a do kiwi, que soma cerca de oito hectares plantados no município, totalizando uma safra média anual de 120 toneladas.
As principais variedades produzidas na região são Bruno, Golden King, Monty e Elmwood. A colheita iniciou na segunda quinzena de março e deve seguir até o mês de junho. A secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa) informa que, por conta do último inverno atípico, a produção deste ano deve ficar abaixo da média.
Dirceu Catusso, produtor de Vila Seca, interior de Caxias do Sul, estima que, em sua propriedade, a colheita deva cair 40% em relação ao ano passado. O agricultor começou a cultivar kiwis há oitro anos e, atualmente, possui 0,3 hectare de terra, onde produz cerca de três toneladas por ano.
“Assim como para as outras frutas, o kiwi foi prejudicado com o último inverno, pois precisa de muito frio para se desenvolver. Apesar disso, o sabor e o nível de doçura não foram afetados”, explica. Além do kiwi, Dirceu também produz uva e caqui.
Mauro Luis Tessari, engenheiro agrônomo da Emater, lembra que a maior parte da fruta consumida no país é importada, devido às áreas pequenas de plantio no Brasil, inclusive na Serra Gaúcha. Estima-se que mais de 80% seja importado. “Um ponto positivo da produção de kiwi é que a cultura não exige muitos tratamentos ou defensivos agrícolas. A colheita da fruta é determinada pelo teor de açúcar. Se colhido muito verde, o kiwi não amadurece bem e resulta em uma fruta ácida e de baixa qualidade”, esclarece.
Além do clima, a redução na safra deste ano também está relacionada a uma doença descoberta há pouco tempo, que pode causar prejuízos aos agricultores. “É preciso tomar muito cuidado com o fungo chamado ceratocystis frimbata, que afeta o sistema vascular da planta, penetrando na seiva”, finaliza Mauro.