Variedades

Seis maneiras de brincar com sua leitura

Hoje em dia, a importância do exercício físico para a saúde é muito reconhecida. Mas já parou para pensar que a mente também pode ser exercitada? Da mesma forma que o esforço físico compensa, buscar melhores formas de usar o cérebro traz enormes benefícios a praticamente todas as áreas da vida.

Ler bons livros, gibis, charges, contos, tudo que possa exercitar nossa imaginação, contribui com a missão de ver o mundo por diversos olhares. Temos várias ferramentas ao nosso alcance, pois muitas empresas estão colocando suas marcas à disposição da criatividade e da leitura, como recentemente fez o McDonald’s, com a campanha Ler e Brincar.

Edward De Bono, professor da Universidade de Oxford, é criador de diversas obras, dentre elas o livro “Os Seis Chapéus do Pensamento”, na qual propõe um conceito facilmente aplicável: experimentar formas de pensar diferentes das que se está habituado, tendo como objetivo novas ideias e modos de realizar ações.

Hoje a ciência já sabe que a criatividade é uma competência treinável. Assim, usando as possibilidades trazidas pelos seis chapéus – ou seis formas de ver o mundo – De Bono nos mostra que podemos “alongar” e “fortalecer” nossas ideias para outros estilos, ampliando a capacidade criativa. Fica clara a importância de resgatar e criar espaços para a brincadeira, tão deixada de lado pelos adultos, pois o ato de brincar exercita conexões cerebrais que desenvolvem e enriquecem os pensamentos.

O convite é para que, ao ler as descrições dos seis estilos, você reflita sobre qual(is) do(s) chapéu(s) se identifica mais ou menos e sobre quais poderia começar a “vestir”.

Preto: é o chapéu do pessimismo, da crítica, que foca nos riscos e pede cautela ao adotar um novo procedimento ou forma de agir. Seu lado positivo protege de erros e problemas. Porém, quando usado em primeiro lugar, tende a rebaixar o clima e o humor. Este é um dos últimos chapéus a serem usados diante de uma situação de cenários incertos, pois bloqueia a criatividade.

Vermelho: o chapéu das emoções, da intuição e dos sentimentos. Gary Klein, pesquisador norte-americano, mostra que pessoas que tomam decisões importantes escutando a intuição se arrependem menos e ficam mais satisfeitas com suas decisões do que as que se baseiam apenas em dados racionais.

Branco: estilo de pensamento usado quando o foco recai sobre os dados “frios”: números, fatos, experiências, dados, imagens claras e palpáveis. Deve ser usado com cuidado, uma vez que esta atitude pode desmotivar a todos e gerar uma sensação de frieza e desinteresse.

Verde: associado com a criatividade, a fertilidade e a abundância de ideias, permitindo novas possibilidades e alternativas. Seu maior desafio é não se distanciar demais da realidade.

Amarelo: O foco desta atitude mental é voltado para os benefícios e a viabilidade das novas propostas – é o chapéu otimista. Esta forma de pensar animada e calorosa gera motivação e alegria no ambiente, porém, pede cuidados quando se torna muito ingênua e desmedida.

Azul: o chapéu do líder, que cuida da organização e busca as respostas para as questões essenciais: quem, como, onde, para que, com quem, para quando, para quem usar, e se, quais as consequências. É a atitude de perceber o todo e analisar as situações com base em processos.

Temos um tanto de cada um destes estilos de pensamento. Todos eles têm luz e sombra, hora e lugar para serem usados. Os estilos têm a ver com a história de cada um e a beleza da diversidade está em perceber como podem se completar.

Identifique no seu dia-a-dia quais chapéus são menos frequentes. Em grupo, elabore “problemas” que deverão ser resolvidos com cada pessoa vestindo um dos chapéus por rodada. Quando estiver brincando com os seus filhos, perceba os chapéus que está utilizando. Um dos motivos pelos quais crianças adoram brincadeiras é porque elas estimulam o uso variado dos estilos de pensamento.

Nos próximos dias, procure vestir sua mente com novos chapéus. Topa brincar de ler o mundo com novos olhos?

INDICAÇÕES DE LEITURA

  • * BONO, Edward de. Os Seis Chapéus do Pensamento. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
  • * BONO, Edward de. Criatividade levada a sério. Thomson Pioneira, 1994.
  • * GLADWELL, Malcolm. Blink – A Decisão Num Piscar de Olhos. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
  • * KLEIN, Gary. Fontes do poder – o modo como as pessoas tomam decisões. Instituto Piaget, 2001.
Prof. Leo Fraiman – Psicoterapeuta, escritor e palestrante. Mestre e especialista em Educação. É autor da Metodologia OPEE, utilizada atualmente por mais de 150.000 alunos em todo o Brasil, do livro “Como Ensinar Bem”, pela Editora OPEE/FTD e “Meu filho chegou à adolescência, e agora?” pela Editora Integrare, dentre outras publicações. Consultor de conteúdos em portais, rádios, revistas e programas televisivos. Site: www.leofraiman.com.br
SEIS MANEIRAS DE BRINCAR COM SUA LEITURA DE MUNDOTeste – Os 6 Chapéus
Descubra o “chapéu” que faz sua cabeça e comanda suas atitudes! Edward de Bono, uma das maiores autoridades internacionais no estudo de pensamento criativo, faz uma analogia entre os estilos de pensamento e seis tipos de chapéus, separados por cores. Cada uma delas significa um tipo de olhar e atitudes em relação à vida. Para cada frase, coloque um número de 0 a 5 para determinar o quanto se identifica com ela, sendo 0 – não me identifico, 1 – quase nada a ver comigo, 2 – muito pouco a ver comigo, 3 – às vezes tem a ver comigo, 4 – me identifico bastante, 5 – tudo a ver comigo.
  1. 1. Quando tenho um trabalho em grupo, costumo ser aquele que:

a) Anima o grupo e motiva os demais.

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b) Quer colocar a mão na massa.

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c) Organiza as funções de cada um e o processo como um todo.

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d) Pensa nos possíveis problemas e erros.

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e) Faz o que sente que vai dar certo.

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f) Tem muitas ideias.

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  1. 2. Quando vou me preparar para uma viagem, eu:

a) Logo me animo e me motivo para conhecer lugares novos.

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b) Já começo a preparar tudo que será necessário.

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c) Organizo tudo que irei levar.

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d) Preparo-me para lidar com os riscos e problemas que podem acontecer.

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e) Fico sentindo como vai ser a viagem.

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f) Já começo a imaginar todos os lugares, pessoas e roteiros que conhecerei.

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  1. 3. Frases que costumo pensar e usar na minha vida:

a) Vai dar tudo certo!

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b) Vou me ater à realidade e aos fatos.

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c) É importante manter a organização.

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d) Procuro agir com cautela.

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e) Deixo-me guiar por meus sentimentos e intuição.

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f) Estou sempre pensando em novas possibilidades.

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  1. 4. Assinale o quanto acredita que precisa lidar com os desafios a seguir:

a) Não ser ingênuo.

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b) Não passar a sensação de desinteresse.

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c) Aprender a descontrair e trabalhar sem tanta organização.

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d) Ser mais criativo.

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e) Ser mais prático.

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f) Aprender a estabelecer e cumprir prazos.

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  1. 5. Os outros dizem que sou:

a) Otimista

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b) Prático

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c) Organizado

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d) Crítico

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e) Intuitivo

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f) Criativo

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  1. 6. Gosto de lugares em que possa:

a) Me sentir animado.

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b) Obter informações e conhecimentos.

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c) Entender o funcionamento das coisas.

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d) Expor minhas ideias e fazer críticas.

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e) Agir de acordo com o que esteja sentindo no momento.

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f) Propor coisas novas.

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RESULTADOS:
Some os números que marcou em todas as letras (a), depois todos os valores que colocou nas letras (b) e assim em diante, para descobrir quais chapéus você usa mais e conhecer as atitudes relacionadas a cada um.
Quantos pontos fiz na:

Letra A:
Letra B:
Letra C:
Letra D:
Letra E:
Letra F:

GABARITO

Entre 0 e 6 pontos em uma letra: pouca identificação com o chapéu.

Entre 7 e 18 pontos em uma letra: identificação mediana com aquele traço, pode ser mais desenvolvido em determinadas situações.

Entre 19 e 24 pontos em uma letra: boa identificação com o traço do chapéu correspondente. Reflita se está utilizando das melhores maneiras.

Entre 25 e 30 pontos em uma letra: identificação alta com aquele chapéu e modo de pensar. Atenção para os momentos em que ele está sendo mais utilizado para não se limitar a apenas uma forma de ver as situações.

Letra A – chapéu amarelo, que se refere ao otimismo. Usá-lo traz benefícios e viabiliza novas propostas. Seu maior desafio: manter seu otimismo, sem perder a noção da realidade.

Letra B – chapéu branco, ou pensamento de cientista. Seu foco está nos números, fatos, experiências, dados e imagens claras e palpáveis. É o chapéu do realista. Seus maiores desafios são: aprender a sonhar e a concretizar planos.

Letra C – chapéu azul, da organização, de quem busca respostas a questões essenciais: quem, como, onde, para que, com quem, para quando, para quem. Este é o estilo de pensamento relacionado a observar um projeto em termos de uma visão global, o chapéu do verdadeiro líder. Seu maior desafio: escutar todos os demais chapéus e toma as decisões com equilíbrio.

Letra D – chapéu preto, da crítica e do pessimismo, de quem usa a mente para a crítica e tem foco nos riscos, problemas e nas atitudes que possam prevenir situações delicadas. Este chapéu pode ser positivo quando usado para cuidar, mas também pode ser negativo quando bloqueia a criatividade e a inovação. Seu maior desafio: tomar decisões com uma visão realista, que não seja nem pessimista, nem iludida.

Letra E – chapéu vermelho, das emoções, intuições e sentimentos. Valoriza-se mais o sentir que o pensar. Seu foco está no que sente e na voz interior que nem sempre fala por meio de pensamentos lógicos ou concretos, pois a intuição tem uma dimensão e funcionamento próprios. Seu maior desafio: obter perspectiva, visão do todo e aprender a verificar na realidade se a intuição condiz com os dados percebidos internamente.

Letra F – chapéu verde, que é associado à criatividade, à fertilidade e à abundância de ideias. Usá-lo significa se abrir a novas possibilidades. Seu maior desafio: organizar-se de modo a finalizar seus projetos com base na realidade e em datas marcadas como compromissos.

Meu chapéu mais usado: ____________________

Segundo lugar: ____________________

Terceiro lugar: ___

 

 

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