Refluxo tem relação com maus hábitos
O refluxo gastroesofágico acontece quando o esfíncter (válvula que separa o esôfago e o estômago) fica enfraquecida e passa a não funcionar de modo correto. O esfíncter abre no tempo errado, fazendo com que o ácido gástrico retorne para o esôfago ao invés de continuar o fluxo normal da digestão, ocasionando os sintomas.
O principal sintoma do refluxo é reação de queimação na boca do estômago e a sensação de que o alimento está retornando para o esôfago em direção à boca, causando dor e inflamação. Não se sabe ao certo a causa da doença, que é crônica, e de acordo com dados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), pelo menos 20% dos brasileiros sofrem ou já sofreram com o problema.
Segundo João Paulo Cândido Barbosa, gastroenterologista do Hapvida Saúde, os sintomas são divididos em típicos e atípicos. Os sintomas típicos são a pirose (queimação atrás do peito, podendo ou não difundir para o pescoço) e a regurgitação (alimento refluído pelo esôfago e boca). Os sintomas atípicos são dor torácica, tosse, pigarro, rouquidão e infecções respiratórias de repetição, como pneumonia e sinusite.
A mucosa do esôfago não é capaz de alojar refluxo ácido, podendo estimular desde erosões a úlceras até estreitamento do órgão. As lesões no esôfago podem causar graves consequências quando não tratadas adequadamente, sendo capaz de gerar alterações no tecido que reveste o esôfago, e em alguns casos transforando-se em lesões pré-malignas e câncer.
Barbosa ressalta que o refluxo não apresenta cura, apenas possui tratamento. O primeiro passo para tratar a patologia é a mudança de hábitos, como, por exemplo, evitar dormir logo após as refeições, cigarro, comidas gordurosas, bebidas alcoólicas e gasosas. A cirurgia pode ser uma opção quando o indivíduo necessita de uso contínuo de medicamentos por muito tempo ou não responde de maneira satisfatória ao tratamento clínico.
“O cigarro colabora para a redução da pressão do esfíncter esofagiano inferior, que é um dos responsáveis para evitar o refluxo do conteúdo gastroduodenal. Deitar-se após a refeição faz com que o efeito da gravidade seja perdido, o que favorece o retorno da comida para o esôfago”, finaliza o gastroenterologista.