Lenny Niemeyer:
“A estilista carioca Lenny Niemeyer prova porque é a rainha das praias e da sofisticação. O verão dela foi inspirado nas mulheres desbravadoras da natureza, brasileiras exuberantes e fortes. Resgata elementos da fauna, flora e elementos regionais. Foi um desfile bonito, feminino, com roupas esvoaçantes, bastante volume e camisas com grandes nós. A estampa de folhagem trazia tropicalidade, assim como a estampa de bicho com sensualidade.
O que mais me chamou a atenção foram as roupas de outwear, as calças mais amplas, blusas soltas e confortáveis. A estilista sabe mais do que ninguém como interpretar esse novo luxo que é quase sinônimo de conforto. As túnicas em seda, o linho estampado juntamente com as amarrações, que trouxeram, também, um toque de criatividade, tiraram a Lenny da zona de conforto, claro que haviam biquínis e maiôs lindos, mas as roupas estampadas estavam fantásticas.”
Salinas:
“A Salinas buscou como referência um hotel charmosíssimo de frente para o mar. O nome do desfile foi Salinas Clube Hotel e era uma ode ao carioca e a aquelas pessoas que gostam de mostrar o corpo. O melhor de tudo foi observar que não haviam regras, com biquínis mais cavados e os retrô, trazendo uma moda sensual, sem revelar demais. Cortes mais retos, tops bem reduzidos e o que me chamou muito a atenção foram as peças inspiradas em toalhas de piscina, que vinham enroladas no corpo e na cabeça junto com a viseira para proteger do sol.
Os uniformes que apresentaram tinham relação com o tênis, prática automaticamente relacionada ao tema resort. A logomania estava presente nas pulseiras e nas camisetas. Os tons eram bem vivos e as estampas remetiam a piscinas, azulejos e estampas curvas. Os maxi brincos, quadras de tênis e as raquetes de frescobol trouxeram um pouco de ludicidade para a apresentação.”
Beira:
“Uma das grandes características da Beira, estreante na São Paulo Fashion Week, é a sequência de uma coleção para outra. O intuito foi realmente contar uma história e mostrar que a modelagem pode fazer a diferença. Mostraram roupas praticamente sem gênero, então qualquer pessoa pode usar o que quiser, por isso as modelagens mais amplas, cortes mais retos, monocromia muito presente, bolsos com uma pegada bem utilitária e shapes ligados na funcionalidade.
Fibras naturais encabeçaram os tecidos, falaram de volume, de construção e equilibraram formas tradicionais com detalhes bem impactantes. A cartela de cores foi mais suave, apesar de ter pontos de vermelho, marrom e lilás, vimos cores mais leves também. Todas elas foram feitas através do tingimento tradicional ou artesanal, com extrato vegetal. A técnica de amarração que vimos na passarela, foi bem interessante também.”
Cotton Project:
“O desfile da Cotton Project, foi bem divertido e ousado. Tinha uma história meio cowboy, meio anos 80, com modelagem oversized, jaquetas grandes, calças mais amplas. A história do animal print nas jaquetas deu um toque de masculinidade. As calças de cintura alta, tanto para os homens quanto para as mulheres, e principalmente a brincadeira com texturas e tecidos diferenciados, ficaram bem bacanas.”
Apartamento 03:
“O desfile do Apartamento 03 partiu do princípio das memórias do estilista Luiz Cláudio, fazendo uma viagem ao passado, em suas lembranças familiares composta por encontros de festas de aniversários e finais de anos cheios de conversas ao pé do ouvido. Com aplicações e num estilo lady like, os vestidos tinham comprimentos midi, sempre muito usado pela marca.
Emendados um a um, o jacquard francês se misturou ao cetim dando uma textura sofisticada. A estampa da passarela é a Rosa, que é o nome da tia avó dele, e conseguíamos ver essa rosa de uma forma bem subjetiva. Era uma cartela de cores mais escura, densa mas não menos sofisticada. A apresentação foi incrível e foi muito coerente ao DNA da marca.”