Produção de laranja e bergamota deve chegar a 3,8 mil toneladas em Caxias do Sul

Cerca de 3,8 mil toneladas de laranjas e bergamotas devem ser colhidas em Caxias do Sul até setembro de 2018. De acordo com a Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa), o número é alto, considerando que os cítricos se desenvolvem melhor em locais onde não há geada. O crescimento da produção em Caxias se deve ao investimento de produtores justamente em áreas menos suscetíveis a esse fenômeno, como a localidade de Vila Cristina, no interior do município.

Flávio Hillebrand, engenheiro agrônomo da Smapa, explica que, devido à geografia e extensão, Caxias apresenta condições climáticas que permitem o cultivo de citrus em escala comercial. “As frutíferas cultivadas nos locais mais baixos do município têm potencial para produção de frutas de qualidade, principalmente a bergamota montenegrina e a laranja salustiana”, conta.

A produção dos cítricos varia conforme a destinação das frutas. Para o comércio local (Feira do Agricultor, Ponto de Safra e mercados) a oferta é diversificada e inicia em março.

“A laranja do céu é a primeira variedade a ser colhida, seguindo com a comum, a de umbigo, a salustiana e, por fim, a valência. Para a bergamota, a colheita inicia com a satsuma, seguindo com a caí e terminando em setembro, com a montenegrina”, completa Flávio. Já para o comércio externo, há o predomínio de produção da laranja de umbigo e da bergamota montenegrina.

A área de laranja plantada no município atualmente é de 230 hectares e, de bergamota, 90 hectares. O produtor Rafael Potter, de Vila Cristina, é citricultor há mais de 20 anos. Em 2018, a expectativa de colheita é de 110 toneladas de laranja nos cinco hectares plantados. “Essa fruta é boa de cultivar porque além de ter um custo de produção mais baixo, o preço não varia tanto durante a safra, como é o caso da uva. Isso traz mais segurança e bons resultados para os agricultores”, afirma. Além da laranja, que é o carro-chefe da propriedade, Potter também produz bergamota, pêssego e uva.

A fruta que ele mais produz é a laranja salustiana, que está sendo colhida atualmente, mas Potter também trabalha com a de umbigo. “Essa última varia muito de um ano para o outro. Em 2017, tivemos uma safra muito boa, mas neste ano os pés tiveram apenas um terço da capacidade. A queda na produção ocorreu porque no período de florescimento tivemos muitas chuvas e a planta acabou florescendo menos”, explica.

Em 2018, o preço das laranjas que abastecem a Serra Gaúcha deve ficar entre R$ 1,20 e R$ 1,30 o quilo. Já o valor da bergamota deve ficar um pouco abaixo, entre R$ 1 e R$ 1,10 o quilo.