Três novos curtumes passam a integrar o programa da Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB): Santa Croce (Restinga, SP), Real Nelore (Claraval, MG) e Curtume Santo Antônio (São Sebastião do Paraíso, MG). As três empresas começam agora a trabalhar os 173 indicadores do CSCB, em critérios como consumo de água e energia, substâncias restritas, desempenho produtivo, gerenciamento de resíduos e relação com colaboradores. O CSCB tem o apoio do Brazilian Leather, projeto de estímulo às exportações de couros e peles brasileiras desenvolvido pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Ao participar do programa de certificação, os curtumes iniciam a análise de processos e registros que visam pontos diversos, entre os quais resultados em qualidade, produtividade e eficiência. Rodrigo Rodrigues, diretor comercial do Curtume Santa Croce, analisa que estas questões são determinantes em um mercado tão competitivo como o do couro. “A certificação agregará ferramentas de controle e gestão atuais”, destaca. Rodrigo lembra que a sustentabilidade é essencial para a manutenção no mercado a médio e longo prazo.
Para José Maurício de Paula, do curtume Real Nelore, o CSCB pode apoiar a empresa em seu controle de qualidade e na presença de mercado. A opinião do empresário é convergente com os propósitos da certificação, que tem ganhado cada vez mais visibilidade internacional e exposição junto a públicos importantes para o couro do Brasil: recente acordo firmado com o instituto italiano ICEC estabeleceu o reconhecimento mútuo das certificações de Brasil e Itália e deve promover um intercâmbio comercial e de conhecimento ainda maior entre os dois países. Em breve, entre os dias 16 e 18 de maio, a certificação também será apresentada na forma de palestra e mostra de caso no 20º Congresso Técnico Internacional do Calçado, que ocorrerá na cidade do Porto, em Portugal.
Sobre o CSCB: para chegar à certificação, cada curtume integrante do programa precisa passar por uma etapa de preparação, em que são trabalhados os indicadores estabelecidos pela norma ABNT NBR 16.296 – Couros – Princípios, critérios e indicadores para a produção sustentával. A partir daí, a empresa pode solicitar auditoria de um organismo acreditado pelo Inmetro para a cerificação. Há quatro níveis do selo: Bronze (para quem atender até 50% dos indicadores aplicáveis de cada uma das quatro dimensões da certificação), Prata (75%), Ouro (90%) e Diamante (100%). No Brasil, dois curtumes já são certificados: Fuga Couros (nível Prata) e Courovale by BCM (nível Ouro)
Sobre o Brazilian Leather – Projeto setorial de internacionalização do couro brasileiro, o Brazilian Leather é conduzido pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Várias são as estratégias de consolidação do produto nacional em mercados estrangeiros – incentivo à participação de curtumes nas principais feiras mundiais ligadas ao ramo e missões empresariais focadas ao estreitamento de relações entre fornecedores brasileiros e compradores de outros países são algumas delas.