30% das mães deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos
Conciliar vida pessoal com vida profissional é uma tarefa que exige sacrifícios de qualquer um, mas quando se trata de mulheres que se tornaram mães, o esforço é ainda maior. É o que comprova uma pesquisa da Catho: 30% das mães já abriram mão do emprego após a chegada dos filhos, enquanto entre os pais o número é de apenas 7%.
Pais |
Mães |
|
Sim |
7% |
30% |
Não |
93% |
70% |
* Profissionais que já deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos (excluindo licença maternidade)
A hora de retornar ao mercado também é mais difícil para as mães. Daquelas que deixaram o mercado por conta dos filhos, apenas 8% conseguiram voltar ao mercado em menos de seis meses, enquanto entre os homens o índice é de 33%. Quando somadas, as mulheres que demoraram mais de três anos para se recolocar e as que ainda não conseguiram retornar, o número chega a 31%. Entre os homens o índice é de 19%.
Pais |
Mães |
|
Menos de 6 meses |
33% |
8% |
6 a 12 meses |
32% |
23% |
1 a 2 anos |
10% |
28% |
2 a 3 anos |
5% |
9% |
Mais de 3 anos |
5% |
15% |
Não retornei |
14% |
16% |
* Tempo para retorno ao mercado de trabalho
As mães também são mais pessimistas quanto ao crescimento na carreira. Quando questionadas, 60% delas avaliam suas perspectivas como ruins ou péssimas, contra 47% dos homens que têm filhos.
Os dados mostram que, uma vez que se tornam mães, as dificuldades das mulheres no desenvolvimento de suas carreiras aumentam. “Isso demonstra ainda uma percepção cultural de que as mulheres se envolvem mais na criação dos filhos do que os homens, por isso as limitações para elas seriam maiores. Uma maneira de equilibrar essa balança é que os homens também comecem a dividir de uma maneira mais igualitária as tarefas familiares”, diz Simone Damazio, gerente de Gente e Gestão da Catho.
Pais | Mães | |
Péssima | 16% | 21% |
Ruim | 31% | 39% |
Bom | 43% | 33% |
Ótimo | 7% | 5% |
Excelente | 4% | 2% |
*Como avalia as perspectivas de crescimento na empresa para os próximos anos
As empresas também podem contribuir para melhorar esse quadro. “Uma estratégia que pode beneficiar as mulheres e os empregadores, por exemplo, é apoiar a paternidade ativa, com ações como licença estendida, abono para participação em reuniões escolares e afins. Permitir que o trabalho possa ser feito de casa, por home office, com horários mais flexíveis, especialmente nos primeiros anos de vida da criança, também ajuda. Com isso as mães conseguirão ser mais eficientes na gestão do seu tempo, além de contribuir para diminuir o número de mulheres que deixam o mercado após o nascimento dos filhos, tendo mais oportunidades em suas carreiras “, diz Simone.
A pesquisa da Catho foi realizada em janeiro de 2018. Ao total foram 5.120 respondentes de todo o Brasil. Sendo 54,6% homens e 45,4% mulheres.