Doenças sexualmente transmissíveis afetam a fertilidade masculina
Já começou o aquecimento para o Carnaval 2018 em todo o país e com ele a necessidade de se falar do aumento de casos de infecção por bactérias ou vírus, as Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e da necessidade de métodos de prevenção como uso de preservativos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, só nos Estados Unidos, os números de episódios de sífilis, gonorreia e clamídia registraram, em apenas um ano, aumento de 15,1%, 5,1% e 2,8%, respectivamente.
Um aspecto pouco abordado quando se fala em ISTs é como as infecções agudas e crônicas por elas causadas afetam a fertilidade do homem. Segundo o urologista e andrologista Jorge Hallak, as inflamações e infecções do sistema genitourinário masculino representam até 15% dos quadros de infertilidade.
Hallak alerta que o uso do preservativo na penetração anal também evita que as bactérias existentes no intestino causem infecções no pênis, percorrendo a uretra até os órgãos reprodutores masculinos – o que pode causar quadros de dor em baixo ventre (infecção urinaria) e outras manifestações como inflamações na glande do pênis, uretra, testículos, epididimos e próstata; respectivamente denominadas como balanopostite (glande peniana), uretrite (uretra), orquite ( testículo), epididimite (epidídimos) e prostatite (próstata).
Essas infecções são comuns, podendo permanecer por longos períodos de forma subclínica, latente mas mesmo assim causar quadro inflamatório que pode levar inclusive a infertilidade masculina.
“ A inflamação no sistema reprodutor masculino causada pela infecção pode prejudicar a produção de espermatozoides e alterar a qualidade e a quantidade de sêmen produzido. Esse cenário provoca queda no potencial reprodutivo do homem, que pode, a longo prazo, trazer danos irreversíveis. Não podemos nos esquecer da transmissão do papilomavirus (HPV), que pode também ser transmitido por sexo oral sem proteção”, ressalta o especialista.
No que se refere às ISTs, uma das grandes preocupações dos órgãos de saúde é a sífilis. Dados oficiais apontam que de 2005 a 2013, os casos de grávidas com a infecção pularam de 1.863 para 21.382, uma elevação de mais de 1000%. Como a enfermidade pode passar de mãe para filho, os episódios dessa ameaça tiveram um crescimento de 135%. No entanto, como o Ministério da Saúde só notifica casos de gestantes e bebês, não é possível ter um cenário completo do avanço da doença.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, as ocorrências de sífilis por transmissão sexual cresceram 603% em seis anos. Em outros estados, o panorama não é menos preocupante. Em 2013 e 2014, Acre, Pernambuco e Paraná registraram crescimento de 96,1%, 94,4% e 63,1%, respectivamente.