Os riscos cardíacos da gordura abdominal
A obesidade abdominal é um dos marcadores de risco para doenças do coração. Existem dois tipos de gordura abdominal, a subcutânea, que se localiza a frente dos músculos abdominais, e a perivisceral, que se acumula entre as alças intestinais e órgãos internos como o fígado e intestino, sendo a mais perigosa. O cardiologista e supervisor da Cardiologia Clínica do HCor (Hospital do Coração), Dr. Ricardo Pavanello, explica os perigos da gordura abdominal e porque ela aumenta os riscos de doenças como a diabetes, por exemplo.
A gordura localizada no abdômen é considerada um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, como o infarto e o AVC. Habitualmente encontra-se associada com níveis altos de triglicerídeos, baixos níveis do bom colesterol (HDL), resistência à ação da insulina e consequente elevação dos níveis do açúcar no sangue (diabetes). “A gordura abdominal é responsável, também, por causar o aumento da gordura no fígado, e frequentemente está associada com hipertensão arterial e aumento da viscosidade do sangue”, explica Dr. Pavanello.
Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado no dia 11/10, o Dr. Ricardo Pavanello reforça o alerta para a população quanto aos riscos de doenças cardiovasculares causados pelo acúmulo predominante de gordura na região abdominal. “A concentração de gordura no abdômen favorece a proliferação de células que produzem substâncias inflamatórias que se alojam nos vasos sanguíneos. As placas de gordura que se formam dificultam a passagem do sangue – o que pode causar infartos e derrames”, alerta o cardiologista.
O excesso de gorduras circulantes promove o espessamento das artérias, com formação de placas de gordura na parede das artérias e obstrução dos vasos. “As pessoas obesas ou com sobrepeso, mesmo sem nenhum problema metabólico aparente como diabetes, colesterol e pressão arterial elevados, podem ter um risco maior de morte prematura causada por problemas súbitos, quando comparados aos que estão dentro do peso ideal”, alerta o cardiologista.
Fique atento!
A medida da circunferência abdominal, feita com uma simples fita métrica, tem se mostrado uma boa ferramenta. Sedentarismo, fatores genéticos, glicemia alterada, altos níveis de triglicérides e de colesterol formam um conjunto de doenças que corresponde à síndrome metabólica. Quando associadas podem elevar as chances de mortalidade por causa cardiovascular em 2,5 vezes, sendo responsável por cerca de 17 milhões de óbitos por ano em todo o mundo. “É preciso conscientizar a população quanto aos riscos atribuídos a obesidade, e quais são os cuidados necessários para evitar que os índices de mortalidade continuem subindo”, alerta Dr. Pavanello.
Controle da obesidade
A alimentação saudável, associada à prática de exercícios físicos é fundamental para diminuir o sobrepeso e evitar a obesidade. Manter um controle nutricional adequado e praticar exercícios físicos regularmente são capazes de reduzir em até 58% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Confira algumas dicas:
Adote hábitos de vida mais saudáveis
Pratique atividade física com frequência (30 minutos de caminhada diária)
Dê preferência para os alimentos sem gordura trans e saturadas
Para medir corretamente o abdômen, posicione a fita métrica entre a borda inferior das costelas e a borda superior do quadril. Relaxe o abdômen e expire no momento de medir.