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Cimento sustentável é desenvolvido por pesquisadores espanhóis e brasileiros

Pesquisadores espanhóis e brasileiros desenvolveram um novo tipo de cimento a partir da cinza de caroço de azeitona e escória de alto forno, uma alternativa sustentável em relação aos cimentos fabricados na atualidade:  é o primeiro cimento no mundo produzido somente a partir de resíduos! Este novo cimento foi desenvolvido por pesquisadores da Universitat Politècnica de València (UPV – Espanha) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP), câmpus de Ilha Solteira, e vem obtendo repercussão internacional. Ver: https://www.eldiario.es/sociedad/Crean-cemento-partir-ceniza-escoria_0_706929461.html

A ideia de produzir esse novo cimento surgiu há aproximadamente 7 anos quando Mauro M. Tashima (atualmente professor da UNESP) desenvolvia sua tese de doutorado na UPV sob a orientação do prof. Jordi Payá e profa. Maria Victoria Borrachero. De acordo com o prof. Payá, pesquisador do Instituto de Ciencia y Tecnología del Hormigón (ICITECH) da UPV, este novo cimento se destaca principalmente pela sua baixa emissão de CO2 ao meio ambiente: “é muito inferior quando comparada com os cimentos utilizados atualmente na construção civil”. Além disso, o pesquisador afirma que este trabalho abre uma nova via para o reaproveitamento e valorização energética de biomassas, como é o caso da cinza de caroço de azeitona. Segundo o prof. Tashima, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Materiais Alternativos de Construção (MAC) da UNESP, o novo cimento não necessita de matérias-primas para a sua produção fato que contribui significativamente com o desenvolvimento sustentável.

O prof. Payá defende que o processo de fabricação do novo cimento é “muito simples” já que se realiza a moagem da cinza do caroço de azeitona e da escória, se estabelece a proporção adequada entre os materiais e se mistura com a água. Nos testes realizados até o momento, o novo cimento contém aproximadamente vinte por cento de cinza de caroço de azeitona e oitenta por cento de escória. Com relação as propriedades mecânicas, o cimento produzido pode alcançar resistências adequadas para a sua aplicação na construção civil (aproximadamente 300 quilos por centímetro quadrado à compressão).

Entre as novidades do novo cimento produzido pelos pesquisadores da UPV e da UNESP, os pesquisadores ressaltam a substituição do reativo químico de síntese (preço elevado e elevada emissão de CO2), necessários em outros cimentos ativados alcalinamente pesquisados até o presente momento, pela cinza de caroço de azeitona (resíduo). Além disso, a preparação desse tipo de cimento não precisa de altas temperaturas como ocorre no cimento Portland onde são necessárias temperaturas de 1450 °C.

“Este é o primeiro aglomerante no Mundo onde se produziu um cimento ativado alcalinamente 100% a base de resíduos”, destaca o pesquisador da Universitat Politècnica de València. “Agora o trabalho está focado na melhoria da formulação para obter melhores propriedades mecânicas, estudar a durabilidade e a possibilidade de aplicação do material”, afirma prof. Payá. É importante destacar que os resultados desta pesquisa foram publicados na revista Materials Letters, e teve a colaboração da Almazara Candela (Elche – Alicante) que forneceu a cinza do caroço de azeitona.

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