A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul notificou 1.116 casos de toxoplasmose no município de Santa Maria. Desses, pelo menos 460 foram confirmados para a doença; 140 foram descartados; e 166 seguem em investigação. Na última sexta-feira (25), autoridades municipais, estaduais e federais se reuniram para discutir o surto. O encontro contou com a participação de representantes do escritório no Brasil do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC, na sigla em inglês), que já atua para auxiliar no trabalho de investigação.
Água analisada
Segundo a secretaria, o primeiro lote de amostras de água enviadas para análise no laboratório da Universidade Estadual de Londrina apresentou resultado negativo para a presença do DNA do protozoário Toxoplasma gonddi. O lote inclui amostras coletadas na estação de tratamento da Companhia Riograndense de Saneamento e em residências na cidade.
Novas amostras serão analisadas, entre elas, amostras de poços artesianos. “Por esse motivo, a investigação não foi encerrada e ainda não é possível descartar a água como provável fonte. Assim, a recomendação ainda é para que a água para consumo seja fervida por ao menos dez minutos”, informou o governo estadual.
A doença
Conhecida como doença do gato, a toxoplasmose, de acordo com o Ministério da Saúde, é causada por um protozoário e apresenta quadro clínico variado – desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves.
A infecção em humanos acontece por três vias: contato direto com solo, areia e latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida infectada (sobretudo carne de porco e de carneiro); e infecção transplacentária durante a gravidez. A toxoplasmose não pode ser transmitida de humano para humano, com exceção das infecções intrauterinas. De acordo com a pasta, cerca de 40% dos fetos de mães que adquiriram a doença durante a gestação são infectados.
A orientação para se prevenir da doença é evitar o uso de produtos animais crus ou mal cozidos; eliminar as fezes de gatos infectados em lixo seguro; proteger as caixas de areia; lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada; e evitar o contato de grávidas com gatos.