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CASACOR SP 18 – Nildo José

“Cada vez que me refaço, sou mais inteiro aos pedaços” – essa foi a frase que serviu de partido para Nildo José. Refletindo sobre o impacto dessas palavras em sua vida e do significado de se reconstruir, o arquiteto percebeu que o papel da casa interfere também no estimulo das sensações, que são as responsáveis por proporcionar esse reencontro interior. Partindo desse olhar, Nildo idealizou o loft NINHO, um espaço de acolhimento afetivo, para abraçar, levar conforto por meio dos sentidos e também tocar a alma de quem visitar o espaço na CASACOR São Paulo 2018, que este ano tem como tema o conceito Casa Viva, e acontece de 23 de maio a 29 de julho, no Jockey Club São Paulo.

Com 80 m², e apesar de integrado visualmente, o ambiente é dividido em três áreas com funções distintas: cozinha, social e íntima. Um ponto em comum entre os espaços é o revestimento aplicado no piso, parede e forro, que envolve todos e reforça a sensação de acolhimento. Além disso, eles possuem, também, a mesma linguagem arquitetônica, seguindo uma releitura da construção original do Jockey Club, reforçando assim a intenção de integração e unidade. A cozinha, subdivida em três ações: fazer, comer/beber e ler, emprega uma tendência contemporânea de ‘cozinha de estar’. A ação do fazer acontece por uma bancada única de cinco metros, armários e acessórios internos, onde se organizam todas as atividades do cozinhar. Nos armários, um acabamento em polímero feito de partículas de cobre vaporizadas a vácuo sobre a superfície do material, resultando em um revestimento resistente à corrosão e ao impacto, e que confere um toque a mais de sofisticação ao espaço.

Já o “comer/beber” do ambiente acontece por uma mesa orgânica de resina branca, desenhada pelo escritório especialmente para o projeto, onde de um lado fica a sala de jantar e de outro um bar. O ponto de destaque são as cadeiras Almeida, projetadas exclusivamente para o projeto pela consagrada designer Etel Carmona, em conjunto do arquiteto, que nomearam a peça com um sobrenome que possuem em comum. Por fim, a parte da leitura foi incorporada com as esquadrias originais onde encontra-se um pórtico de mármore brasileiro vindo do Espírito Santo, que se encaixa na biblioteca.

Ao avançar o espaço, encontra-se o setor social, onde está o living e também suas subdivisões interligadas: colecionar, reunir e interagir. Por fim, a área intima, localizada em frente ao living e dentro de uma grande caixa-mezanino também subdividida em três ações: dormir, banhar e meditar, composta por quarto, banheiro e o terraço jardim (umas das diretrizes do modernismo mundial), com paisagismo de Bia Abreu, foi repensada para priorizar a meditação e desconexão do morador. O desenvolvimento do projeto vem de uma tentativa de percepção das novas formas de uso dos espaços e dos novos hábitos presentes no dia a dia do indivíduo contemporâneo, tendo como anseio estimular as relações humanas por meio de ambientes que contribuem para o bem-estar, priorizando as pessoas, suas verdades, suas experiências, ações e emoções, a fim de criar atmosferas acolhedoras onde tudo acontece.  Espaços capazes de criar e despertar memórias, que abraçam a alma, e os quais completam seus moradores, transformando-se em verdadeiros ninhos.

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