Um em cada cinco brasileiros está obeso e mais da metade da população está acima do peso recomendado, de acordo com o Ministério da Saúde. O excesso de peso avançou 60% nos últimos dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Segundo os dados, a doença é mais comum nos homens, em que de 47,5% passou para 57,7% no período em questão. Já entre as mulheres, o número que era 38,5% alcançou 50,5%. Quando considerada faixa etária, pessoas com idade entre 18 e 24 anos apresentam índice de 30,3%, enquanto os brasileiros de 35 a 44 anos, de 61,1% e, com os de idade entre 55 a 64 anos, o número chega a 62,4%. A pesquisa Vigitel entrevistou 53,2 mil maiores de 18 anos nas capitais do país.
A obesidade é considerada porta de entrada para uma série de outras patologias graves como diabetes, hipertensão e câncer. A perigosa soma de diabetes e obesidade pode acarretar riscos de saúde ainda maiores para os diabesos – pessoas acometidas pelas duas enfermidades. “Tratar obesidade significa prevenir dezenas de doenças. É preciso encará-la como uma doença multifatorial e que deve ser tratada”, enfatiza o médico endocrinologista Flávio Cadegiani.
O endocrinologista explica que o atendimento às pessoas com estas patologias deve ser incisivo e intenso. “Para prevenir complicações como infarto, derrame, cânceres, doenças pulmonares, problemas no fígado e dezenas de outras doenças, as pessoas tem obesidade e diabetes precisam de condutas e tratamentos intensos, além de metas audaciosas de parâmetros clínicos como peso, circunferência abdominal”, enfatiza o médico que lembra ainda a importância de se manter em dia todos os laboratoriais, exames de fígado, colesterol e açúcar, para evitar doenças.