A osteocondrite é uma patologia pouco conhecida e de nome complicado, que acomete a cartilagem, responsável por auxiliar a formação dos ossos. É mais frequente durante a infância e a adolescência, quando ocorre a consolidação do sistema esquelético. Seu tipo mais comum, a Doença de Osgood-Schlatter, pode levar ao desenvolvimento de uma protuberância óssea na parte da frente do joelho, mais especificamente no tendão patelar.
Segundo o ortopedista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Agnaldo de Oliveira Jr., quando a cartilagem é lesionada, por traumas ou outros fatores, pode-se desenvolver a osseocondrite dissecante, que é a soltura de parte da cartilagem de uma articulação, mais comum no joelho e tornozelo.
O médico salienta que os sintomas são indefinidos e variam entre dor, que intensifica com a prática de atividade física; edema; vermelhidão e bloqueio articular (joelho ‘travado’). Por isso, em caso desses sintomas a avaliação medica é importante, além da realização de raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética, para identificar a lesão e sua extensão.
Com relação ao tratamento, o ortopedista é enfático ao dizer que na maioria dos casos a alternativa é a cirurgia. “Fazemos uma perfuração na cartilagem até atingir o osso para prendê-lo novamente no lugar. Outra opção, também cirúrgica, é a retirada da cartilagem comprometida e substituição por outra saudável e do próprio paciente.”
Agnaldo de Oliveira Jr. ressalta que a importância de não realizar atividade física, principalmente os esportes de impacto, até que seja comprovada a integração da cartilagem no osso. “Mesmo após a ‘colagem’, esse paciente não poderá realizar atividades com impacto, como corridas. Uma excelente opção, até para o fortalecimento desse tecido, é a natação”, sugere o ortopedista.
O especialista reforça ainda que, quando não tratada corretamente, a lesão pode causar alterações precoces nas articulações e contribuir para um processo de desgaste degenerativo das cartilagens.