Saúde

Menopausa: perda auditiva pode estar associada à reposição hormonal

Fase das mais temidas pelas mulheres com mais de 45 anos, a menopausa é, sim, um período de grandes transformações na saúde feminina. E para amenizar os transtornos que a redução na produção de hormônios causa, muitas recorrem à terapia de reposição hormonal. Mas o tratamento, além de benefícios, pode acarretar um outro problema: a perda de audição.

Estudo realizado em um hospital de Massachusetts (EUA) mostrou que o risco de mulheres que fazem uso de hormônios sintéticos na pós-menopausa desenvolverem perda auditiva gradual é 21% maior do que aquelas que não utilizam nenhum tipo de medicamento. Tal pesquisa é considerada o primeiro grande estudo que associa a deficiência auditiva à terapia hormonal. Não se sabe precisar ao certo o por que isso acontece, mas tudo indica que o aumento das doses hormonais pode interromper a recepção do estrogênio nas células ciliadas do ouvido, que são as responsáveis por levar os estímulos auditivos para o cérebro. Uma vez que essas células morrem, não se repõem, causando assim a perda de audição.

O tratamento de reposição hormonal, no longo prazo, pode trazer consequências piores para a saúde auditiva. De acordo com a pesquisa norte-americana, os riscos da mulher sofrer com a surdez aumenta em 15% após cinco anos utilizando os hormônios em forma de comprimidos.

“O mais indicado é que essas mulheres realizem anualmente uma audiometria, exame que mede a capacidade auditiva. Assim, será possível acompanhar a saúde dos ouvidos e, caso haja alguma alteração, podemos indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Quanto mais cedo a perda auditiva auditiva for tratada, maiores as chances de miminizar as suas consequências”, explica Isabela Papera, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.

Outros fatores associados à menopausa também podem causar ou agravar problemas auditivos. As doenças cardiovasculares, por exemplo, que também podem se desenvolver devido à diminuição da produção hormonal, alteram o fluxo sanguíneo e podem causar traumas nos vasos sanguíneos da orelha interna. Já pessoas com osteoporose, outra doença típica da pós-menopausa, têm o dobro a mais de chance de desenvolver surdez súbita do que indivíduos sem o problema ósseo.

“Cuidar da saúde é essencial e os ouvidos devem fazer parte dessa rotina. Problemas auditivos sem tratamento podem levar à perda auditiva grave e definitiva. Uma vez diagnosticada essa perda de audição, em qualquer nível, mesmo o mais leve, é preciso tratar e isso é feito de forma simples, com o indivíduo levando uma vida normal. A grande maioria dos casos de perda auditiva pode ser tratada com o uso de aparelhos auditivos”, diz a fonoaudióloga da Telex, que complementa: “Ter uma boa audição facilita a comunicação e a interação com o mundo ao nosso redor, trazendo mais alegria de viver”.

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