De acordo com a obstetra Maria Rita de Souza Mesquita, segunda vice-presidente da SOGESP, as precauções devem começar antes mesmo do período de gravidez. “Para que tudo corra bem, inicialmente, a mulher deve procurar um ginecologista obstetra para fazer exames. São cuidados importantes”. Maria Rita ainda recomenda o uso de ácido fólico três meses antes do início da gestação para evitar a má formação do tubo neural, o responsável por todo o sistema nervoso central, cérebro e coração.
Após o início do período gestacional, a atenção à alimentação torna-se mais do que essencial. É indicado que a futura mamãe não fique longos períodos em jejum, que evite o excesso de sal e açúcar, que siga uma dieta equilibrada e nutritiva, incluindo proteínas, carboidratos integrais, frutas, legumes e verduras. Uma dica dada pela obstetra é a ingestão da gordura natural do peixe, o ômega 3. “Ele tem um efeito muito benéfico no peso do bebê e no desenvolvimento do cérebro e dos nervos no final da gravidez”, comenta.
As atividades físicas também são recomendadas. No entanto, é importante que a gestante fique limitada a exercícios mais leves, de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica e ioga. Os benefícios que essas práticas podem trazer são muitos, tanto físicos como psicológicos. Dentre eles, Maria Rita aponta a liberação de hormônios neurotransmissores que ajudam a estabilizar emocionalmente a mulher.
Além disso, os exercícios propiciam o fortalecimento da região pélvica e vaginal, o que é um fator importante para a estimulação do parto normal e prevenir a incontinência urinária após a concepção. Outra atividade liberada é a sexual. De acordo com a obstetra, não há contraindicação referente à prática, mas é crucial que a gestante sinta-se confortável durante o ato.
Entretanto, o consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e droga está proibido. Para as gestantes os riscos são maiores, pois a ingestão dessas substâncias aumenta a chance de aborto espontâneo, parto prematuro, problemas na formação da placenta, entre outros. O consumo de cafeína e bebidas a base de cola também pode afetar o feto e, por isso, deve ser controlado. “Quanto menos utilizar cafeína, melhor para o bebê. Não precisa suspender, mas diminuir o consumo”, ressalta Maria Rita.
Por fim, é essencial que a futura mamãe esteja em dia com a carteira de vacinação. Para o bem do bebê, é obrigatório que a gestante tome a vacina dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche) a partir de 20 semanas de gestação. A obstetra ainda indica que ela tome as vacinas da gripe e da hepatite B e alerta: “todas as vacinas que são manipuladas com vírus vivo atenuado não podem ser usadas na gravidez, um exemplo mais comum é a da rubéola”.