Esportes

Morre Claudiomiro, lenda colorada

Comunidade colorada se solidariza com a morte do ídolo

Eterno camisa 9 deixará saudades no Beira-Rio

Um dos jogadores mais emblemáticos da história colorada, Claudiomiro vai deixar saudade para toda a nação vermelha. Desde os que testemunharam com seus próprios olhos os feitos do eterno goleador, até quem não teve esse privilégio, mas cresceu ouvindo as histórias do lendário camisa 9, não há quem não esteja de luto neste final de semana. Terceiro maior goleador do Clube do Povo e autor do primeiro gol do estádio Beira-Rio, Claudiomiro faleceu nesta sexta-feira (24/08), aos 68 anos, em Canoas. O velório ocorreu durante este sábado, na Capela Nossa Senhora das Vitórias, e reuniu dezenas de colorados solidarizados com a morte do ídolo para dar o último adeus.

Confira as palavras de alguns deles:

Fernando Carvalho, ex-presidente
“Acompanhei o seu surgimento desde o início, ainda nos Eucaliptos. Não tenho dúvida em dizer que foi o maior centroavante do Internacional que eu vi atuar. Inclusive, na minha seleção de todos os tempos, ele é um dos integrantes. Jogador extraordinário, matador, se posicionava muito bem, era rápido. Pifava seus companheiros toda hora, o Valdomiro que o diga. Enfim, é uma perda pra nós, vai ficar na nossa história, vai ficar na nossa memória. Eu estive hoje aqui pra dar meu abraço final, um adeus para esse grande jogador colorado.”

Mauri Luiz da Silva, secretário geral do Clube
“Eu tenho quase a idade do ‘Miro’ e comecei a ficar apaixonado pelo Internacional quando aquele garotinho de 16 anos ascendeu ao time titular, em um Robertão, e assombrava todo mundo. Depois, ao ver a inauguração do nosso velho Gigante, com gol dele. Muitos anos depois, como diretor de relacionamento social, fiz inúmeras viagens com o Claudiomiro pelos consulados no interior. É uma verdadeira bandeira do Internacional. Ele se junta nessa seleção celestial com Fernandão, Carlitos, Tesourinha, Vacaria, Caçapava, grandes craques que tivemos.”

Kenny Braga, jornalista colorado
“Falar do Claudiomiro é, ao mesmo tempo, fácil e difícil. Falo dele não somente como seu fã, como admirador do seu futebol, sobretudo como seu amigo. É muito emocionante falar dele. Não apenas por ter escrito seu nome com letras de ouro na história do Beira-Rio, mas porque era uma figura humana extraordinária. Nós perdemos um grande ídolo. Quero elogiar o Internacional, porque em nenhum momento deixou de considerar o papel dele na sua história. Ele trabalhou muito tempo no Inter, e era muito considerado aqui dentro do Beira-Rio. Onde quer que ele andasse, as pessoas paravam, conversavam e tiravam fotos com ele. É um dia de luto para os colorados, mas ele sempre será lembrado, é um idolo eterno. Tenho certeza que ele se encontra em um bom lugar, continua torcendo pelo Inter e que ele nos ajudará amanhã no cofronto com o Palmeiras.”

Larry Chaves, ex-zagueiro e coordenador do time de ex-atletas do Inter
“Acho até desnecessário dizer que a história de grandes ídolos como o Claudiomiro se confunde com a própria história do Internacional. Nunca vi um ex-jogador que tenha tanta representatividade diante de um clube como o Inter. Exisita também uma parte de um folclore em cima do Claudiomiro. É uma pessoa que marcou pelo grande jogador que foi, por tudo que representou para o Inter e pelo significado que tem para os torcedores. A gente lamenta e fica muito triste por essa perda. Uma figura querida, uma marca do Inter, que infelizmente estamos no despedindo.”

A história do craque

Autor do primeiro gol no Beira-Rio, Claudiomiro chegou ao Inter com apenas 13 anos. Estreou nos profissionais com 16 anos, e tinha 18 quando fez o histórico gol contra o Benfica de Portugal, na inaguração do Gigante, em 1969. Chamado de Bigorna, fez parte, no início da carreira, de um ataque que tinha outros jogadores jovens – como Sérgio, Dorinho e Bráulio. Além de suas excepcionais características como centroavante, era também um excepcional cavador de pênaltis. Sempre em alta velocidade, ajeitando a bola para o pé direito – ou o esquerdo – antes de soltar a bomba, Claudiomiro foi o dono absoluto da camisa 9 do Internacional-RS entre 1967 e 1973. Com 210 gols marcados, Claudiomiro é o terceiro maior artilheiro, ficando atrás apenas de Carlitos (485) e Bodinho (235).

As imagens raras do centroavante foram cedidas pelo Museu do Inter.

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