As hepatites são inflamações no fígado causadas por diversos fatores, entre eles as infecções virais, que apresentam como tipos mais comuns as hepatites do tipo A, B e C. A maior diferença entre elas é a possibilidade da doença evoluir para uma infecção crônica. Dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 325 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com infecções crônicas causadas pelos vírus das hepatites B ou C, sendo que somente em 2015, as hepatites virais causaram mundialmente 1,34 milhão de mortes. “A hepatite, em muitos casos, aparece como uma doença silenciosa e, por isso mesmo, é tão importante estarmos atentos”, afirma a Dra. Marcelle Duarte Alves, infectologista e assessora médica do Weinmann.
Transmissão e prevenção
A transmissão das hepatites A, B e C se dá de diferentes formas. O contágio da hepatite A pode acontecer por meio dealimentos ou de água contaminados. Já as hepatites B e C podem ser transmitidas por meio de materiais contaminados, como agulhas e escovas de dente, e, por exemplo, nas relações sexuais sem preservativos, transfusões de sangue e até durante o parto.
Para as hepatites A e B há vacinas disponíveis, sendo que são aplicadas duas doses para a hepatite A e três doses para a do tipo B. Não há vacina disponível para a hepatite C, mas as medidas gerais para evitar o contágio de qualquer uma das hepatites virais é o não compartilhamento de itens de higiene, seringas e agulhas, assim como o uso de preservativos. “É comum se ouvir dizer popularmente que a pessoa que contraiu algum tipo de hepatite durante a vida se torna imune a outras formas da doença. Essa informação é um mito. Se uma pessoa teve hepatite C, por exemplo, ela ainda pode contrair outras variedades da doença”, afirma Dra. Marcelle.
Principais sintomas e tratamentos
A hepatite A é uma doença aguda autolimitada, com ciclo que dura um período determinado, apresentando sintomas, na maioria dos pacientes, como febre, náuseas, vômitos, dor abdominal na região do fígado e icterícia – pele e olhos amarelados. Não existe um tratamento específico para a hepatite A, pois, como o vírus possui um tempo de vida particular, o próprio corpo se encarrega de se livrar do parasita. Para acelerar a cura, o tratamento se baseia no controle dos sintomas causados pela doença.
A hepatite B também pode causar febre, dores abdominais, fadiga e icterícia, porém muitos pacientes não apresentam esses sintomas. É uma hepatite que pode evoluir para hepatite crônica. A hepatite crônica expõe o fígado a inflamações constantes que, com o passar do tempo, podem levar à cirrose. Nesses casos, aumentam as probabilidades de câncer de fígado, podendo ser necessário um transplante hepático. Para a hepatite B, são utilizados antivirais, como o tenofovir, entecavir e lamivudina. O tempo de tratamento é indeterminado, dependendo da monitoria da carga viral do paciente.
Já a Hepatite C é conhecida por ser silenciosa, pois dificilmente causa sintomas no paciente que adquire o vírus. Porém, na maioria dos casos, a doença evolui para uma hepatite crônica, sendo que os sintomas surgem quando já existe um grande comprometimento do fígado. O tratamento da hepatite C passou por algumas modificações recentemente, sendo que as drogas com ação direta no vírus são as mais usadas nos tratamentos atuais. Os medicamentos são de fácil utilização, causando poucos efeitos adversos, e têm apresentado excelentes resultados. O tempo de tratamento varia entre 12 e 24 semanas.