Em livro, médico conclui que câncer não são células malignas, mas doentes
José de Felippe Junior, médico graduado na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), lança, em fins de setembro, o livro ‘Oncologia Médica Integrativa’. A publicação, com 193 capítulos e 1133 páginas estará disponível no site www.medicinabiomolecular.com.br. Informações: gadi1@terra.com.br
“Em 2009 comecei a estudar o câncer. Após quatro anos de intensos estudos e a leitura de mais de 6500 trabalhos científicos indexados no PubMed, concluí câncer não são células malignas e sim células doentes por alguma causa. E células doentes necessitam de cuidados, não extermínio. Com essa hipótese comecei a tratar os pacientes que não haviam respondido ao tratamento convencional e foram considerados desenganados pelos oncologistas”, diz o médico, que foi Diretor do Departamento de Fisiologia, Bioquímica e Farmacologia da FCMSCSP.
O livro descreve 684 casos clínicos de câncer, a maioria deles refratários ao tratamento convencional que regrediram totalmente com as estratégias baseadas na teoria exposta, baseada em mais de 6500 trabalhos científicos da literatura médica.
Hipótese da carcinogênese
A inflamação crônica subclínica persistente por estresse químico, físico ou biológico evolui em meio hipotônico, devido ao edema intersticial, que provoca leve “inchaço celular” e como mecanismo de defesa para manterem intacto o volume celular as células perdem osmolitos cosmotropos.
Na presença continuada do fator causal, a diminuição dos osmolitos cosmotropos citoplasmáticos vagarosamente transformam a água estruturada em água desestruturada, o que provoca gradativamente a diminuição do grau de ordem-informação do sistema termodinâmico celular que ao atingir o ponto máximo suportável de entropia provoca na célula um “estado de quase morte”.
Neste ponto de baixa concentração de osmolitos, predomínio de água desestruturada e alta entropia celular as células se transformam e lutam para se manterem vivas e o único modo de sobreviver é através da proliferação celular. Proliferação para manter bem precioso lapidado por 3,8 bilhões de anos – genoma. As células moribundas colocam em ação mecanismos milenares de sobrevivência, justamente aqueles que mantiveram as células normais vivas no Planeta durante a Evolução.
Desta forma, primeiramente as células descartam o pesado mecanismo da fosforilação oxidativa e passam a operar no arcaico ciclo de Embeden-Meyerhof, que fornece ATP para os genes proliferativos do ciclo celular do núcleo e ativam fatores e vias de sinalização, promovem alcalinização citoplasmática, etc., os quais em conjunto promovem a proliferação celular neoplásica, a diminuição da apoptose, a formação de novos vasos e o impedimento da diferenciação celular. O predomínio da água desestruturada no intracelular incrementa o aumento da hidratação e do volume celular provocado pela hipotonicidade do meio inflamatório.
As medidas que transformam a água desestruturada em água estruturada, tais como a hiperosmolalidade peritumoral e aumento dos osmolitos cosmotrópos intracelulares, e as estratégias que aumentam a fosforilação oxidativa mitocondrial restauram a fisiologia e a bioenergética celular e as células neoplásicas param de proliferar, se diferenciam em células normais e caminham para a vida e depois para o processo fisiológico contínuo de morte celular programada. Cessa a doença crônica chamada câncer se o fator causal foi abolido (JFJ-2004).