Uma pesquisa realizada pela KPMG com gestores de instituições brasileiras de ensino superior apontou que, para 76,56% dos entrevistados, egressos graduam-se com conteúdo e conhecimentos muito abaixo do necessário e, para outros 21%, são oferecidos conteúdo e conhecimentos parcialmente insuficientes. O levantamento foi feito com cerca de 100 dirigentes de instituições de ensino, em maio deste ano.
Questionados se os cursos oferecidos por essas instituições estão alinhados com as expectativas do mercado de trabalho, 44% disseram que não e apontaram a defasagem de conteúdo vis a vis as expectativas de mercado, como principal problema; 54% acreditam que essas expectativas são parcialmente atendidas. Já a diferença de qualidade entre as instituições de ensino públicas e privadas também são muito perceptíveis para 40% dos participantes da pesquisa. Para eles, o descompasso ainda é grande, mas vem diminuindo; outros 56% não apenas consideram que essa diferença é grande, como acreditam que ela esteja aumentando.
Corpo docente precisa se atualizar
Na pesquisa, professores são apontados como um dos elos fracos na estrutura de ensino: para 60% dos entrevistados, eles já estão defasados; para 25,86%, os docentes até conseguem atender o cenário atual, mas não estão preparados para os desafios do futuro; e 13,74% afirmaram que, em função dos avanços que virão, o mercado terá que buscar docentes com novas habilidades e conhecimentos. E nenhum respondente afirmou estar satisfeito com os professores das faculdades brasileiras.
A qualificação do corpo docente é o principal desafio enfrentado por 31,25% dos respondentes. Em seguida, os entrevistados mencionaram como desafios mais importantes: a implantação de novos produtos e programas de inovação (citada em 27% das respostas); o aumento de custos e despesas, que crescem mais que a receita auferida (20,83%); as vagas ociosas (14,58%); e a qualificação dos alunos (6,25%). A falta qualificação dos docentes deve ser encarada com um dos principais desafios na busca de prestação de serviços com excelência. A questão principal é: quais os planos de ação e iniciativas estão sendo colocadas em práticas pelas instituições para reverter esse cenário?