A Sociedade Brasileira de Reumatologia alerta para os sinais e sintomas de doenças reumáticas, principalmente dor persistente e inchaço nas articulações, que podem levar à incapacidade física, se não diagnosticadas precocemente e tratadas. São mais de 120 doenças reumáticas, popularmente conhecidas como “reumatismos” – que têm em outubro um mês mundial de alerta, além de três datas específicas – dia 12, dia de alerta e conscientização de Artrite Reumatoide; dia 29, osteoporose; e 30 de outubro, dia de alerta para os “reumatismos”.
Segundo dados do Ministério da Previdência Social, algumas das doenças reumáticas, como dorsalgias, estão entre as principais causas de afastamento do trabalho e auxílio-doença. Entre as outras mais frequentes estão a osteoartrite, fibromialgia, bursites, tendinites, osteoporose e artrite reumatoide. A maioria tem um inicio comum – dor e inchaço nas juntas – e o fator genético é importante para seu desencadeamento, assim como o stress emocional pode funcionar como um gatilho.
“As doenças reumáticas podem ocorrer em qualquer idade e afetam homens e mulheres. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores os danos e o impacto da doença para a qualidade de vida”, alerta o reumatologista e presidente da SBR, Dr José Roberto Provenza. “Mesmo reforçando que os reumatismos não são doença de velho, seus efeitos dolorosos e incapacitantes avançam com o envelhecimento”.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 70% dos idosos (acima de 60 anos) têm alguma doença crônica e a artrite é uma das frequentes. “As doenças reumáticas podem impedir que as pessoas realizem tarefas rotineiras simples, como abrir e fechar uma torneira. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico final da grande maioria das doenças reumáticas é de mais de três anos. Muitas vezes, os sintomas são confundidos com simples inflamações. As pessoas se automedicam com analgésicos e anti-inflamatórios, acham que melhoram, mas só estão mascarando os sintomas”, alerta Dr. Provenza.
Sintomas
As doenças reumáticas não atingem somente as articulações – seus sintomas também podem ser sentidos nos ossos, tendões, músculos, com complicações para os órgãos internos. “Podem surgir como uma dor nas costas insistente, com uma “fisgada” sempre quando se estica o braço ou ainda podem se manifestar por uma pontada na perna ao subir escadas. Toda vez que o paciente tem dor ao realizar um movimento deve ficar atento. A dor comum melhora depois do repouso; a reumática, piora”.
Artrite reumatoide – Dor, inchaço nas articulações, sensação de calor e vermelhidão por mais de quatro semanas são alguns dos sintomas. Estima-se que aproximadamente 55% dos pacientes têm diagnóstico tardio – o que pode levar à incapacidade física e funcional. Apesar da predisposição genética, fatores ambientais também podem desencadear a doença, como o tabagismo. Em mulheres é duas vezes mais prevalente do que em homens. Aparece geralmente entre 35-40 anos de idade.
Osteoartrtrite, Osteoartrose e Osteoporose – Osteoartrite é o mesmo que osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa. A osteoartrite é a mais frequente, representando cerca de 30% a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. Afeta homens (principalmente no fêmur e bacia) e mulheres (principalmente, mãos e joelhos). É pouco comum antes de 40 anos e mais frequente depois dos 70. Por volta dos 75 anos, cerca de 85% das pessoas podem apresentar evidência radiológica da doença. A osteoartrite (artrose) se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre quais os osteófitos, conhecidos, como “bicos de papagaio”.
A osteoporose, pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços. Os principais tipos de osteoporose são: pré-menopausa; Osteoporose senil, que atinge pessoas com mais de 70 anos; e osteoporose secundária: atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou em decorrência de alguns tipos de medicamentos, como os corticoides.