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Trabalho informal puxa alta de 1,5% na ocupação no trimestre

Puxada pelo trabalho informal, a população ocupada aumentou em 1,5% (1,3 milhões de pessoas a mais) no trimestre fechado em setembro, empurrando a taxa de desocupação para 11,9%, contra 12,4% no período anterior. O total da população ocupada no período chegou a 92,6 milhões. O número de desocupados, por sua vez, caiu 3,7% (474 mil), ficando em 12,5 milhões de pessoas. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, divulgada hoje pelo IBGE.

“Podemos destacar a queda na desocupação, de 12,4% no trimestre de abril a junho para 11,9%, de julho a setembro. Tem uma retirada de pessoas da fila da desocupação, uma queda de quase meio milhão de pessoas. O problema maior desse avanço é que isso se deu em emprego sem carteira e por conta própria. É um resultado favorável, mas voltado para informalidade e aumento da subocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, chegando a 11,5 milhões de pessoas (aumento de 522 mil ocupados). Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 5,5%, crescimento estimado de 601 mil pessoas. Já os trabalhadores por conta própria cresceram 1,9%, alcançando 23,5 milhões de pessoas (432 mil mais que no trimestre anterior).

Enquanto isso, o total de empregados com carteira assinada se manteve praticamente estável na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, algo que já não acontecia há 13 trimestres. “Foi a primeira vez que não houve queda significativa na carteira de trabalho na comparação anual. Foi uma variação negativa, mas não foi significativa”, ressalta Cimar sobre o contingente de 33 milhões de trabalhadores nesta condição.

O aumento no contingente de ocupados foi distribuído entre os grupos de atividade, com destaque para Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (mais 264 mil pessoas), Construção (mais 229 mil), Alojamento e alimentação (mais 179 mil), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (mais 263 mil), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 183 mil) e Outros serviços (mais 192 mil).

Mesmo com a melhora, o contingente de subutilizados permaneceu estável na comparação com o trimestre anterior, com 27,3 milhões de pessoas. Frente ao mesmo período de 2017, houve aumento de 2,1% (mais 559 mil pessoas). Os desalentados, por sua vez, também permaneceram estáveis na comparação trimestral, mas subiram 12,6% frente ao mesmo período de 2017, chegando a 4,8 milhões de pessoas (4,3% da força de trabalho).

O rendimento médio real habitual não refletiu a melhora na ocupação. Ele foi estimado em R$ 2.222, permanecendo estável na comparação com o trimestre anterior e também frente ao mesmo período do ano anterior.

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