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Tendências digitais que mudarão o comércio em 2019

Uma das tendências mais difundidas é a reinvenção da jornada dos compradores. No passado, as compras eram mais transacionais por natureza. Agora, realizar compras é uma jornada com mais ênfase na construção de relacionamentos, não apenas na compra em si. A jornada ideal tece uma marca por toda a experiência, fornecendo valor antes, durante e depois da compra, convertendo uma transação em um relacionamento.

“A tecnologia está presente em quase todas as etapas, sendo que o smartphone mantém o consumidor sempre ligado às empresas. O comércio está no meio de uma mudança da cabeça aos pés, graças à infinidade de tecnologias disponíveis”, comenta Michelle Evans, head de pesquisa de Digital Consumer da Euromonitor International, empresa britânica de pesquisa de mercado. Veja abaixo três tendências impulsionadas pela tecnologia que terão o maior impacto na reformulação do comércio no próximo ano.

Reposicionando a inteligência artificial

A inteligência artificial (IA), que se refere a tecnologias capazes de executar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, existe há séculos. Agora, três poderosos drivers – crescimento exponencial de dados, redes de distribuição mais sofisticadas e algoritmos mais inteligentes – têm impulsionado a inteligência artificial para aplicações junto ao usuário final, tornando-a uma das tecnologias mais populares atualmente.

Espera-se que a inteligência artificial seja o avanço tecnológico mais impactante para as empresas nos próximos cinco anos. Quase 59% dos 602 profissionais da indústria pesquisados pela Euromonitor International em setembro de 2018 classificaram a IA à frente de outras tecnologias de grande prestígio. A IA avançou em relação à Internet das Coisas, que os entrevistados em uma pesquisa de fevereiro classificaram como a tecnologia de maior impacto nos próximos cinco anos. “Ocorre um reposicionamento do papel da inteligência artificial. Ao invés de substituir os trabalhadores, por exemplo, a tecnologia foi posicionada para aumentar o conhecimento um ano”, comenta Evans.

Um exemplo real disso são os serviços de assinaturas digitais e de compras pessoais da marca Stitch Fix que aproveitam da inteligência artificial para criar recomendações de roupas, sendo que um estilista profissional aprova as seleções finais enviadas aos consumidores. Nesse caso, a IA é aumentada pela inteligência humana.

A voz em foco 

No ano 2000, Bill Gates previu que a maior parte da interface das pessoas com computadores acabaria sendo via voz. Espera-se que as aplicações de voz sejam uma das áreas mais impactadas pelo aumento da inteligência artificial, de acordo com a pesquisa de setembro da Euromonitor International conduzida por profissionais da indústria. Chatbots e alto-falantes inteligentes ganharam atenção, mas seu impacto sobre a receita das empresas tem sido abaixo do esperado. Embora os robôs habilitados para voz, como o Alexa e o Google Home, continuem a penetrar cada vez mais residências, sua capacidade de gerar vendas para empresas de serviços ainda é insignificante na melhor das hipóteses. Mesmo assim, a voz continua a ser elogiada como a próxima grande novidade no comércio.

Futuro da loja

Embora os estabelecimentos físicos continuem a desempenhar um papel fundamental na forma como os consumidores navegam e compram mercadorias, as lojas de varejo terão que evoluir para atender melhor a um comprador mais informado, impaciente e conectado à internet. “Mais experiências serão construídas em torno das compras, por exemplo, de móveis ou eletrônicos, exigindo mais consideração. Além disso, maior automação chegará às lojas para facilitar o processo de navegação e compra com caixas sem atendentes, como o Tao Café, da Alibaba.  Desde a primeira vez que apareceram em 2017, os varejistas estão buscando empresas de tecnologia que querem se reproduzir”, comenta Evans.

Segundo a pesquisadora, a ascensão de um processo mais acessível de etiquetagem de produtos, visão computacional e machine learning em nível mais avançado tornaram isso possível. Em sua forma mais simples, os consumidores usam um smartphone para escanear os produtos. A tecnologia de sensores rastreia o consumidor dentro da loja e adiciona itens que eles removeram da prateleira para um carrinho de compras virtual. JD.com na China e Amazon nos EUA estão trabalhando em iniciativas semelhantes.

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