Cinco países das Américas notificaram casos confirmados de febre amarela desde março deste ano: Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana Francesa e Peru. As informações são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com dados fechados em 7 de dezembro.
Tendo em vista que a febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos infectados, que pode levar à morte, a OPAS incentiva todos os seus Estados-membros com áreas de risco de transmissão a continuar os esforços para imunizar as populações em risco e tomar as medidas necessárias para manter os viajantes informados.
No caso do Brasil, o informe destaca que, nos últimos três anos, houve uma expansão da área histórica de transmissão do vírus causador da doença. O país tem um padrão sazonal, com maior transmissão entre dezembro e maio. Porém, as epizootias (mortes de macacos) notificadas ao longo de 2018 mostraram que a circulação do vírus da febre amarela continuou durante o período de baixa transmissão (junho a novembro).
A OPAS considera esse fato preocupante, uma vez que indica que o risco de transmissão para humanos não vacinados persiste. O Ministério da Saúde do Brasil, inclusive, já fez esse alerta para a sua população no mês passado. A atualização epidemiológica completa pode ser acessada em inglês ou espanhol.
Prevenção
A medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros. Pessoas com contraindicações para a vacina contra a febre amarela (crianças abaixo de 9 meses, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave) ou com mais de 60 anos devem consultar seu profissional de saúde para avaliação cuidadosa de risco-benefício.
Cooperação internacional
A OPAS tem dado amplo suporte ao governo do Brasil e dos estados brasileiros na resposta aos surtos de febre amarela ocorridos desde o ano passado – incluindo o envio de vacinas contra a doença, a compra de seringas para doses fracionadas, a divulgação de recomendações baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis, a contratação de vacinadores, o controle de mosquitos transmissores da doença e o trabalho em campo, juntamente com as autoridades nacionais e locais.
Além disso, a pedido do Ministério da Saúde do Brasil, uma equipe formada por membros da OPAS, da Rede Mundial de Alerta e Resposta a Surtos (GOARN, na sigla em inglês) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou em Brasília um workshop, em dezembro de 2017, sobre estratégias de vacinação durante surtos em grandes cidades, incluindo a de fracionamento de doses da vacina – que foi adotada no Brasil em janeiro deste ano.