As pessoas estão tão mergulhadas em suas rotinas que pouco reparam o quanto o cotidiano e as cidades estão imersas de poesia. Para superar essa dificuldade e ao mesmo tempo celebrar a descoberta e a reafirmação da poesia cotidiana, o Cine Sesc apresenta a Mostra “A poesia do cotidiano e das cidades”, em 26 Unidades do Estado. Uma seleção de quatro filmes apaixonantes e detonadores da felicidade do instante.
São eles: “Paterson”, de Jim Jarmusch; “O Sabor da Vida”, de Naomi Kawase; “O que está por vir”, de Mia Hansen-Love, e “Columbus”, de Konogada. Os filmes propõem uma relação de contemplação com a vida e estabelecem uma desconstrução do olhar frente a um cotidiano onde a velocidade engole as percepções e esmorece a capacidade crítica e sensível do mundo.
O filme “Paterson” se passa na cidade de Paterson, em Nova Jersey (EUA) e narra a vida de um pacato motorista (Adam Driver) que vira um personagem conhecido por se destacar em uma arte diferente da condução de veículos. Nas horas vagas, o rapaz gosta de escrever belas poesias em seu caderninho.
No drama “O sabor da vida”, Sentaro (Masatoshi Nagase) dirige uma pequena padaria que serve dorayakis – bolos recheados com pasta doce de feijão vermelho. Quando uma senhora de idade, Tokue (Kirin Kiki), se oferece para ajudar na cozinha, ele relutantemente aceita. Mas Tokue prova ter mágica em suas mãos quando se trata de fazer “AN”. Graças à sua receita secreta, o pequeno negócio logo floresce e, com o tempo, Sentaro e Tokue abrem seus corações, revelando velhas feridas.
Em “O que está por vir”, Nathalie (Isabelle Huppert) é professora de filosofia, tem dois filhos que pouco vê e um marido também docente, seu companheiro há 25 anos. Entre trocas de ideias com o pupilo anarquista, ligações insistentes da mãe solitária e piquetes de alunos, ela leva uma vida tranquila. Mas tudo está para mudar.
No filme “Columbus”, o personagem Casey (Haley Lu Richardson) vive com sua mãe em uma cidade pouco conhecida e assombrada pela promessa de modernismo. Jin (John Cho), um visitante do outro lado do mundo, visita seu pai que está quase falecendo. Sobrecarregados pelo peso do futuro, eles encontram refúgio um no outro e na arquitetura que os rodeia.