Volta às aulas reforça necessidade de vacinar adolescentes
As doses para imunização contra HPV e Meningo C são oferecidas nas unidades de Atenção Básica do SUS e na Casa de Vacina
A época de retorno às instituições de ensino acende o lembrete para que pais e filhos fiquem atentos à importância de se atualizar a caderneta de vacinação. Em relação aos adolescentes, a medida evita a ocorrência de uma série de doenças, dentre elas, o HPV e a meningite C, dentro e fora do ambiente escolar.
De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Novo Hamburgo, outras vacinas importantes são para prevenir hepatite B (três doses, de acordo com a situação vacinal), febre amarela (uma dose se nunca tiver sido vacinado), Dupla Adulto (DT) para prevenção de difteria e tétano (reforço a cada dez anos) e Tríplice Viral, que previne sarampo, caxumba e rubéola (duas doses, dependendo da situação vacinal anterior).
Deverão ser vacinadas contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Deste o ano passado, o Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária da vacina contra a meningite C, que agora passa a ser de 11 a 14 anos de idade, para ambos os sexos. “Tratam-se de doenças de grande impacto na saúde pública, razão pela qual é importante que cada pessoa tenha a sua vacinação em dia”, assinala o enfermeiro Edson da Silva, responsável pelo Setor de Imunizações da Vigilância em Saúde, vinculada à SMS. O profissional observa, portanto, que esse compromisso salva não uma, mas muitas vidas.
HPV
Vale destacar que a imunização contra HPV só é administrada na juventude como prevenção ao papiloma, o vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais, atingindo ambos os sexos. A presença do HPV no organismo leva a lesões que, se não forem tratadas, podem evoluir para diversos tipos de câncer, em uma relação muito forte com a patologia de colo do útero, como também de vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. A transmissão do HPV se dá, sobretudo, pelo contato direto com a pele ou as mucosas de pessoas com o vírus, tratando-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
Meningo C
Já para a Meningocócita C conjugada, o esquema vacinal para o público-alvo será de dose única ou reforço, conforme a situação vacinal. Além de proporcionar imunidade individualizada, a ação alcança o efeito de proteção indireta em relação à população não vacinada.
A bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo), do sorogrupo C, causa problemas como a potencialmente grave sepse e a meningite. A primeira ocorre quando substâncias químicas, liberadas no organismo para combater uma infecção, acabam por desencadear uma inflamação em todo o corpo. A segunda, apesar de muito temida, está entre as imunopreveníveis. De causa bacteriana, a meningite do tipo C pode atingir a corrente sanguínea e provocar infecção generalizada. Nessa patologia bacteriana, geralmente, a transmissão é de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores (do nariz e da garganta), em tosses e espirros.
Imunização gratuita
Tanto a vacina contra o HPV quanto as demais previstas na Caderneta estão disponíveis de forma gratuita nas salas de vacinação pelo SUS. Mas não portar esse livreto não é um impeditivo para se imunizar. Toda pessoa pode ser vacinada nos postos de saúde, onde recebe um registro de controle da vacinação em um cartão apropriado, podendo atualizar mais tarde a sua Caderneta.
Há preocupação com as baixas coberturas vacinais em todos os Estados brasileiros. Conforme o Ministério da Saúde, no Rio Grande do Sul, desde a incorporação da vacina contra HPV no Calendário Nacional, a cobertura com as duas doses é de 43,6% entre meninas e 45,5% entre os meninos, com a primeira dose. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, com as duas doses, 80% dos adolescentes, tanto meninas quanto meninos. Em uma campanha perene, o mesmo percentual é pretendido pela pasta com relação à meningite C nesse grupo-alvo.
Saiba mais
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra HPV para meninos em programas nacionais de imunizações.
Desde 2014, o Ministério da Saúde disponibiliza a vacina contra o HPV no Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de evitar a expansão do vírus em território nacional.
No País, estima-se 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo subtipo 16.
Fonte: Ministério da Saúde
Ação de rotina
A rotina de uso da vacina do HPV no público-alvo deve ser mantida com duas doses, sendo aplicada com intervalo de seis meses entre elas.
Também fazem parte do grupo que deve receber a vacina, quem vive com HIV/Aids, com três doses – em intervalo de dois meses entre a primeira e a segunda e seis meses entre a primeira e a terceira aplicação. E ainda: transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos de 9 a 26 anos, 11 meses e 29 dias.
Locais de vacinação:
- – Unidade de Saúde da Família (USF): a sala de vacina funciona das 8h ao meio-dia e das 13h às 16 horas
- – Unidade Básica de Saúde (UBS): a sala de vacina atende das 8h às 16 horas
- – Casa de Vacina (Avenida Cel. Frederico Linck, 900, bairro Rio Branco): Funciona das 8h às 16h. A partir das 16h são entregues senhas para o encerramento do expediente às 17h