Distúrbios do sono podem provocar doenças cardiovasculares
O dia 14 de março celebra o Dia Mundial do Sono. Para ressaltar a importância do sono em nossa saúde, o pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor, Dr. Pedro Genta, alerta que a gradativa redução nas horas de sono da população, em função do excesso de atividades do dia-a-dia, pode afetar não só o equilíbrio emocional ou a capacidade de raciocínio e aprendizagem do indivíduo, mas também a sua saúde cardíaca.
Para que uma pessoa viva de maneira saudável é preciso que ela tenha, no mínimo, sete horas de sono por dia. Dormir menos do que isso pode ocasionar prejuízo cardiovascular com o passar do tempo, já que favorece o surgimento de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, o que aumenta o risco de infartos e AVCs”, afirma o Dr. Genta. O sono é um período importante para o reestabelecimento do nosso organismo. Dormir bem ajuda, por exemplo, na produção de anticorpos contra as mais diversas doenças, fortalecendo o nosso sistema imunológico. Por isso, reduzir o tempo em que dormimos afeta significativamente os processos fisiológicos que ocorrem durante o sono. “Quando dormimos há um momento de repouso do nosso sistema cardiovascular, no qual tanto a frequência cardíaca, quanto a pressão arterial são reduzidas. Esse processo é muito importante para a saúde do coração. Por essa razão é que diversos estudos mostraram que a privação do sono aumenta o risco de hipertensão arterial”, comenta o Dr Pedro.
Sono: quantidade e qualidade são igualmente importantes
Dormir em quantidade adequada pode não ser suficiente para começarmos o dia alerta e descansado. A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio comum e fortemente associado ao ronco. A associação entre apneia do sono e privação do sono é frequente e perigosa, uma vez que ambas as situações estão associadas a maiores riscos cardiovasculares. “Por isso, pessoas que tem ou já tiveram algum tipo de distúrbio cardiovascular como hipertensão, infarto ou AVC, precisam redobrar a atenção com doenças relacionadas ao sono e procurar tratamento o quanto antes”, afirma o Dr. Pedro.
Recuperando o sono perdido
É possível repor as horas de sono perdidas. Uma dica é estabelecer uma meta, procurando aumentar gradualmente o tempo de sono de 15 a 30 minutos por noite, a cada semana, por exemplo. Assim é possível combater o problema e, aos poucos, recuperar a saúde e a disposição. “Recuperar o tempo mínimo de sete horas de sono e tratar a apneia do sono é fundamental para a nossa saúde, sobretudo para quem tem hipertensão ou outras doenças cardiovasculares”, alerta o Dr. Genta.
Quando consultar um especialista em medicina do sono
- Apresenta dificuldade para dormir ou para manter o sono, e não consegue descansar
- Tem sonolência excessiva durante o dia e cochila facilmente
- Ronca alto frequentemente e incomoda o parceiro
- Tem comportamentos incomuns durante o sono
- Sente incômodo nas pernas do tipo que piora no início da noite e melhora com a movimentação durante o dia.