A movimentação de contêineres no Brasil deve expandir 6,5% ao ano até 2023 e saltar de 10,3 milhões de TEUs – resultado registrado em 2018 – para 14,1 milhões de TEUs em 2023. O resultado do país deve puxar os números do segmento na costa leste da América do Sul, que tem expectativa de crescimento de 5,9%, alta aproximadamente três vezes maior do que o crescimento do PIB previsto para o período.
Os dados integram o ECSA Container Terminals Report 2019, lançado na Intermodal 2019, que encerra hoje (21) em São Paulo. O levantamento é produzido pela Datamar – consultoria especializada na análise de comércio exterior via modal marítimo –, com a colaboração de Andreas Nohn, consultor marítimo independente, que atuou de 2013 a 2017 como economista de transportes na HPC Hamburg Port Consulting GmbH. O estudo foi realizado junto aos diretores e às principais autoridades de 22 terminais de contêineres no Brasil, seis na Argentina e dois no Uruguai.
O relatório também traz a perspectiva atual e de curto prazo para os terminais, na opinião dos diretores. No Brasil, a região que registrou maior potencial de desenvolvimento foi a Nordeste, onde a expectativa é que o ambiente de negócios melhore 25% no curto prazo.
Outra informação do levantamento é que a incorporação de embarcações cada vez maiores às frotas – navios de 14 mil TEUs – trará mudanças à navegação regional, já que nem todos os portos serão capazes de receber os grandes navios. “Buenos Aires é o caso mais emblemático e que tende a provocar um aumento de transbordos em Santos e nos portos do sul do Brasil”, explica Andrew Lorimer, diretor da Datamar.
Com a contínua consolidação do setor, o mercado de transporte de contêineres na região está cada vez mais concentrado. De acordo com o relatório, os quatro maiores armadores – Maersk, MSC, CMA CGM e Hapag-Lloyd – respondem, em termos de tráfego marítimo, por 82,3% do total de contêineres embarcados em 2018.