A fibrose é a formação de excesso de tecido conjuntivo fibroso em um órgão ou tecido, ela ocorre através de um processo reparador ou reativo, ocasionado geralmente após um trauma, cirurgia ou esforço repetitivo com impacto.
Este estado reativo pode ser benigno ou patológico. O organismo em resposta a lesão forma cicatrizes que chamamos de fibrose, se ela surgir a partir de uma única linha de células chamamos de fibroma. Fisiologicamente este fibroma atua de modo a depositar o tecido conjuntivo e se acumular, o que pode destruir a estrutura e funcionamento do órgão ou tecido subjacente, formando por vezes um nódulo na região dolorida.
As fibroses são formadas através de um processo de cicatrização, em que envolvem células que são estimuladas pelo tecido conectivo, incluindo colágeno e glicosaminoglicanos. Células imunes e tecidos danificados liberam substancias que atraem o processo de cicatrização. Isso pode ser por causa de vários motivos, incluindo inflamação do tecido próximo a lesão, ou um estado inflamatório generalizado, com aumento de mediadores circulantes. Essas células estimulam a proliferação e a ativação de fibroblastos, e consequentemente o depósito de células cicatrizantes em excesso formando uma massa de tecido duro e doloroso conhecido como fibroma ou fibrose dependendo da sua formação celular.
Exemplos de fibroses: Fibrose do fígado (cirrose), Fibrose do mediastino (tecido mole do mediastino), Mielofibrose (medula óssea), Fibrose retroperitonial (tecido mole do retroperitônio), Fibrose maciça progressiva (pulmões), Doença de Crohn (intestino), Quelóide (pele), Artrofibrose (joelho, ombro, outras articulações), Contratura de Dupuytren (mãos, dedos), algumas formas de capsulite adesiva (ombro) e Fibrose nos pés (ledderhose).
O que fazer?
Procure seu médico para fazer os exames necessários e não esqueça de contar os detalhes que podem ter causado a lesão e consequentemente a cicatrização excessiva. Proteja a região afetada e evite sobrecarga. O tratamento pode ser conservador (eliminar a fibrose através de aparelhos e medicamentos) e até mesmo a remoção cirúrgica. Se não incomodar durante as atividades físicas, o esporte pode seguir concomitante ao tratamento, já que não é uma lesão maligna. Bons treinos!
Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.