Um dos maiores desafios no combate ao câncer é a obtenção de um diagnóstico rápido e correto, o qual, quando se trata do Sistema Único de Saúde (SUS), passa por uma série de problemas.
Para que o câncer seja devidamente diagnosticado, há a ação do médico patologista, que realiza a análise do material coletado e categoriza a existência da neoplasia e suas classificações. Porém, apesar de esse procedimento ter um valor elevado, o SUS paga uma quantia irrisória de apenas R$24,00 por exame.
“Os laboratórios privados não querem atender, porque o que o SUS paga, não bate esse custo. Já os laboratórios da rede pública estão totalmente sucateados, inclusive as residências médicas, que não estão conseguindo fazer a patologia moderna”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, Clovis Klock.
Segundo ele, essa situação é tão grave, que o número de residentes de Patologia no Brasil, é baixo, conseguindo preencher em torno de 40 % das vagas oferecidas. Além disso, pelo baixo preço pago, os exames mais modernos ficam de fora dos disponibilizados pelo SUS. “O paciente não tem acesso aos procedimentos necessários hoje para conseguirmos dar um bom diagnóstico anatomopatológico, que define melhor essa neoplasia”, ressalta o médico patologista, complementando ainda o quanto isso impacta diretamente do tratamento.
Contrapartida da Sociedade Brasileira de Patologia
Para mudar esse quadro, a Sociedade Brasileira de Patologia vem trabalhando, desde 2016: “Já apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde para que esse problema fosse solucionado, e, desde então, nós estamos no aguardo. Já foram feitas várias visitas a todas as esferas ministeriais para que uma solução fosse tomada, mas ainda não obtivemos retorno”, conclui Klock.