Economista abordou cenário econômico 2019 na ACIST-SL

Para o economista-chefe da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, José Francisco Nunes de Nunes, palestrante do Momento do Empreendedor realizado nesta quarta-feira (24), a aprovação da Reforma da Previdência é fundamental para os ajustes que o governo precisa realizar para evitar o principal fator de risco, que é a crise fiscal. “Sem ter o controle de gastos, o governo só tem três caminhos e todos são danosos. O primeiro é o aumento da dívida, o segundo é o aumento de impostos e o terceiro é a emissão artificial de moeda, elevando a inflação”, disse. “O Governo precisa do ajuste fiscal para reduzir as despesas e melhorar o ambiente de negócios para estimular as receitas”, destacou. O presidente da ACIST-SL, Oldemar Brahm, reforçou que o apoio da sociedade para a aprovação da reforma é muito importante, apontando que a entidade está engajada na campanha da Federasul “Diga Sim à Reforma da Previdência”.

Segundo Nunes, os próximos anos serão de recuperação econômica e há espaço para o crescimento sem pressões inflacionárias, o que abre espaço para que os juros permaneçam baixos por mais tempo. Ele alerta, contudo, que quanto mais tardar a aprovação da reforma da Previdência, mais a confiança e o crescimento econômico serão penalizados. “A reforma da Previdência é o sinal de que a crise fiscal será resolvida através de um ajuste nas contas públicas”.

Estado – Quanto ao cenário do Rio Grande do Sul, Nunes ressalta que a economia gaúcha enfrentou a mesma conjuntura que o Brasil, com o agravante da crise fiscal. Em 2017, a expectativa de crescimento foi de 2,0%, mas finalizou 2018 com apenas 1,1%. Foram cinco os motivos da frustração da expectativa: crise fiscal; cenário nacional desfavorável; queda na produção agrícola; crise na Argentina e a não adesão ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados.

Quanto à atividade industrial, em 2018 a produção gaúcha cresceu 5,5%, enquanto a brasileira cresceu 1,1%. “Mas ainda está distante de recuperar o nível de produção anterior à crise. Houve crescimento desigual entre os setores”, disse. Cerca de 80% do crescimento ficou concentrado nos segmentos veículos (26,2%) e celulose (35,1%). “O ritmo de recuperação é lento, mas há um quadro que sustenta uma retomada cíclica nos próximos anos”.

O Momento do Empreendedor de abril foi realizado na sede administrativa da ACIST-SL e contou com o patrocínio do Banrisul, BR Suply, Klabin, Unicred, SKA, Sicredi e Imobiliária São Luiz.