Influenciada pela alta nos preços de commodities, a inflação na indústria subiu 1,63% em março, na comparação com fevereiro. A variação foi puxada pelas indústrias extrativas (12,13%) e pela fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (6,74%), que também tiveram os maiores impactos no índice geral.
Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (30) pelo IBGE. A pesquisa mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
“A variação nos preços internacionais tem impacto no óleo bruto de petróleo, o que depois chega aos seus derivados”, explica o gerente do IPP, Alexandre Brandão. “Essa variação tem a ver com os preços das commodities e, no caso, dos derivados do petróleo, com a política de preços, de acompanhar a variação internacional. O maior impacto foi da gasolina e do diesel”, complementa.
Embora não tenha impacto tão grande, os produtos alimentícios (0,71%) foram destaque por inverter o quadro do mês anterior. “Alimentos é o setor com maior peso, teve impacto negativo no mês passado, mas nesse mês ficou no positivo. No caso desse grupo, percebemos um impacto da alta na demanda em carnes e aves. Houve um problema com suínos na China, o que aumentou a demanda por carne de vaca e frango do Brasil”, explica Brandão.
Com relação às grandes categorias econômicas, a alta em março concentrou-se nos bens intermediários (1,59%) e nos bens de consumo (1,83%). Este último foi puxado pelo setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (2,24%), uma vez que os duráveis tiveram baixa no período (-0,03%). Enquanto isso, os bens de capital tiveram alta mais discreta, de 0,91%.
IPP sobe 8,98% na comparação com março do ano passado
Na comparação de março com o mesmo mês de 2018, a alta foi de 8,98%. O destaque também ficou com a indústria extrativa (31,09%) e os derivados de petróleo (19,25%), assim como outros equipamentos de transporte exceto veículos (15,22%) e produtos alimentícios (6,42%).
Em grandes categorias econômicas, a alta na comparação anual foi geral. Bens de capital tiveram a maior elevação nos preços (11,41%), seguido por bens intermediários (10,62%). Bens de consumo duráveis (6,17%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (5,24%) completam a lista.