A indústria de máquinas e equipamentos encerrou março com um faturamento de R$ 6.527,19 milhões, mantendo a estabilidade em comparação com fevereiro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve queda de 2,1%. No trimestre, o desempenho foi positivo (6%), sendo puxado predominantemente pelas vendas no mercado doméstico (18%).
Os dados foram divulgados hoje (7) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na abertura da EXPOMAFE – Feira Internacional de Máquinas, Ferramentas e Automação Industrial, realizada em São Paulo. O encontro segue até o dia 11 no São Paulo Expo apresenta as últimas inovações tecnológicas de mais de 750 marcas nacionais e internacionais.
A entidade destaca que em março de 2019 a exportação do setor registrou o primeiro resultado positivo do ano, tanto em relação ao mês anterior (27,2%), como ao mesmo mês do ano anterior (0,6%). Com isso, diminuiu a taxa de queda e o resultado do trimestre passou de -17,7% para -11,7%. Segundo a Abimaq, a recessão na economia na Argentina teve papel importante neste resultado, mas houve queda para outros países como América do Sul e China.
Os negócios no Mercosul recuaram 48,5% neste trimestre com relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto para aos Estados Unidos as vendas aumentaram 17%. Para a Europa houve queda de 10,9%. Entre os itens mais vendidos ao exterior estão máquinas para Logística e Construção Civil (57,2%) e componentes para a indústria de bens de capital (42,8%).
Apesar do desempenho positivo no trimestre, o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, espera a aprovação das reformas da Previdência e Tributária para a retomada do setor. “Apoiamos as reformas da Previdência e Tributária, mas tudo isso para fazer efeito na economia leva tempo, então precisa haver medidas de transição para que a economia comece a andar novamente e ainda destravar investimentos o mais rápido possível”.
O presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, informou que as conversas com o presidente da República, Jair Bolsonaro, foram positivas, embora não haja uma política definida para o setor. “Tem uma pauta microeconômica em andamento, mas não tem uma pauta específica para o setor de máquinas. Mas a Abimaq mostrou para a Frente Parlamentar Mista da Indústria de Máquinas e Equipamentos o que é melhor para a indústria. Nessa semana vamos ter a discussão da Medida Provisória 868 que é aquela que abre para investimentos privados para setor de saneamento e a Abimaq aprova e apoia o texto do governo. Acreditamos que o Ministério da Infraestrutura está correto quando opta pelo modelo de concessão pública através de leilões”.
Importação
Segundo os dados da Abimaq, em março o consumo de máquinas e equipamentos importados aumentou 12,2% sobre fevereiro último e recuperou parte da queda observada naquele mês (15,5%). Na comparação com março de 2018, o resultado foi 1,9% menor, um indicativo de que a demanda interna por produtos importados continua fraca. Apesar da melhora na ponta, as importações se mantiveram estáveis em relação a 2018.
A maioria das máquinas foi comprada da China (22,2%). As máquinas de origem chinesa representaram forte crescimento nos últimos anos, e já possuem um mercado quase 6 pontos percentuais maior que o segundo colocado que são as máquinas de origem americana. Desde 2013, a participação de máquinas vinda dos Estados Unidos vem perdendo força na preferência das compras nacionais. De acordo com a Abimaq, duas explicações para esse fenômeno são os ganho de qualidade e os preços praticados pelas máquinas de origem chinesa.
A base de empregados no setor atingiu em março 306 mil pessoas com alta de 0,2% entre fevereiro e março. Para 2019, a expectativa é manutenção das taxas de crescimento.
Indústria 4.0
Destaque da EXPOMAFE, a Indústria 4.0 apresenta sistemas inteligentes e produtivos para a indústria. Conhecida também como Quarta Revolução Industrial, a expressão engloba tecnologias para automação e troca de dados e utiliza conceitos de Sistemas ciber-físicos, Internet das Coisas e Computação em Nuvem.
“A feira apresenta muito de robótica colaborativa, muito de big data, a máquina sensorizada pegando dados, levando esses dados para a nuvem e com a computação em nuvem, faz a análise de big data para gerar a melhor produtividade das máquinas, é possível ver muito de manufatura aditiva, com análises de quantidade de material, muita coisa nas máquinas de realidade aumentada, onde se consegue extrair dados da máquina em operação em tempo real. Isso é a nova fronteira, trabalhar com dados qualificados, que melhoram a produtividade e a eficiência da máquina”, exemplificou o diretor de tecnologia da Abimaq, João Alfredo Delgado.