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Saúde Mental: Novo Hamburgo inaugura Residencial Terapêutico

Prédio localizado no bairro Boa Vista vai atender portadores de transtornos mentais com vínculos sociais e familiares rompidos

A comunidade de Novo Hamburgo passa a contar, a partir de agora, com um serviço especialmente criado para atender portadores de transtornos mentais graves, que não possuam vínculos familiares ou moradia. Foi inaugurado, no início da tarde desta segunda-feira, 27, o Residencial Terapêutico, espaço com capacidade para abrigar até 10 pessoas adultas, localizado na Rua Quaraí, 197, bairro Boa Vista.

A cerimônia teve a presença do vice-prefeito, Dr. Antônio Fagan, do secretário municipal de Saúde, Naasom Luciano, da diretora de Saúde, Maristela Saul, da gerente de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sayonara de Matos, e da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Diones Martins Ayres. Também estiveram representados usuários do CAPS Santo Afonso, que participam das oficinas de música e fizeram apresentações especialmente para a inauguração da casa.

O Residencial Terapêutico vai funcionar 24 horas e os pacientes devem começar a chegar na próxima semana. A partir de hoje, a equipe passa por capacitação para o atendimento, enquanto a seleção de pacientes segue. “Vamos ter várias formas de ingresso, via judicial, avaliação pela rede municipal de atendimento, entre outras”, diz a gerente de Saúde Mental, Sayonara de Matos.

Mais do que um residencial, um lar

A reforma do prédio de 385 metros quadrados, que pertence ao município, ficou em torno de R$ 180 mil, e o gerenciamento dos serviços terá o investimento mensal de R$ 83 mil pagos ao Grupo Solução e Gestão (SEG), vencedor da licitação, coordenado pela presidente Edilene Katucha e pelo gerente de Projetos Edinilson Nogueira.

O atendimento serviço realizará intervenções cuidadoras focadas na reapropriação do espaço residencial como moradia, na construção de habilidades para a vida diária referentes ao autocuidado, alimentação, vestuário, higiene, formas de comunicação e aumento das condições para estabelecimento de vínculos afetivos e inserção na rede social existente. “Mais do que residencial, queremos fazer daqui um lar para acolher quem mais precisa”, disse Katucha. Nogueira destacou a qualificação da equipe entre profissionais do serviço social e de nutrição. “Queremos manter a essência que sentimos dessa gestão diante deste projeto. Certamente, será um lar”, arrematou Nogueira.

Serão pensados Projetos Terapêuticos Singulares (PTSs) que assegurem aos usuários o respeito às suas disponibilidades, possibilidades, limitações e potencialidades em cada situação. uma proposta de trabalho multiprofissional e interdisciplinar, sintonizada com os preceitos na clínica ampliada e do Acompanhamento Terapêutico.

Serviço Residencial Terapêutico promoverá ações de reabilitação psicossocial, resgate da cidadania e convívio social, proporcionará, sempre que possível, a reconstrução dos laços familiares, articulando com a rede de saúde, assistência, de educação, entre outras, para a construção do PTS.

A proposta, como salientou Sayonara, é que a permanência das pessoas atendidas no Residencial seja temporária, já que o propósito é a reinserção social.

“Este local é o resultado do trabalho de muitas mãos, e ficamos contente ao perceber que diante de todo este cenário de corte de verbas, nós estamos inaugurando um espaço como este com recursos próprios”, salientou o secretário de Saúde. Naasom Luciano ainda destacou a importância de olhar para as necessidades de quem vive em vulnerabilidade social e que muitas vezes não são notados pelo restante da sociedade. “A doença hoje está nas pessoas, nossa sociedade está doente e não enxerga os outros”, disse o secretário fazendo referência ao novo espaço, como representante deste olhar que se faz necessário que se abre como este olhar.

Na busca por colocar o foco na empatia, o vice-prefeito explicou que o trabalho será o de fazer a sociedade entender a diferença do tratamento a quem não tem oportunidades, e não tem possibilidade de evolução e crescimento se não tiver a participação da comunidade junto ao poder público. “Somos gente para cuidar de gente”, concluiu Fagan.

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