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Maioria dos brasileiros não planejam gastos com transporte

Uma pesquisa divulgada hoje (30), durante o evento Summit Mobilidade Urbana 2019, em São Paulo, revelou que o 76% dos brasileiros não fazem qualquer tipo de planejamento quanto aos seus gastos no transporte.

A pesquisa mostrou que há uma grande diferença entre a percepção de quanto se gasta com o transporte e a realidade dos gastos. Entre os donos de carros, essa diferença chega a ser seis vezes maior na realidade do que ele pensa que gasta. O proprietário de automóvel declara gastar, em média, cerca de R$ 357 com o carro, mas o gasto real pode chegar a R$ 2.090,58 por mês, considerando-se também os valores de combustível, IPVA, seguro e manutenção de carro, entre outros.

O gasto médio das despesas com transporte que foram declaradas na pesquisa pelos entrevistados chega a R$ 211, mas esse gasto varia quanto à classe social: na classe A, a média é de R$ 446 por mês, enquanto nas classes D e E esse gasto chega a R$ 158.

Tempo de deslocamento

O estudo mostrou que os brasileiros gastam, em média, 1h20 para se deslocar (ida e volta) para as atividades principais do dia. Esse gasto chega a 2h07 para que se cumpram todos os deslocamentos diários, ou seja, uma pessoa perde cerca de 32 dias por ano no trânsito. As pessoas das classes D e E são as que levam mais tempo nesse deslocamento: cerca de 130 minutos, a cada dia, seguida pela classe C, em média, 129 minutos, e a classe B, 124 minutos. Enquanto isso, a classe A leva cerca de 94 minutos.

As regiões onde se gasta mais tempo nesses percursos são a Sudeste, com média de 144 minutos, e a Nordeste, com média de 132 minutos. O custo com o congestionamento no país soma perdas de R$ 267 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Modalidade de transporte

A pesquisa mostrou que os entrevistados usam, em média, três modalidades de transporte a cada semana, sendo a principal o percurso a pé (70% dos entrevistados declaram ser essa a sua principal modalidade de transporte), seguida pelo ônibus (46%) e o carro particular (43%). Já o uso dos carros por aplicativos vem crescendo, atingindo 18% dos entrevistados, mesma quantidade de pessoas que dizem utilizar motos. Em seguida, aparecem as bicicletas e patinetes (16%), metrô, trem, BRT ou VLT (9%) e táxi (7%).

Ainda segundo a pesquisa, 30% dos proprietários de carros disseram que abririam mão do veículo para utilizar outros meios de transporte. Dos entrevistados que tinham carro, 11% informaram que tinham, mas deixaram de ter nos últimos cinco anos. Uma das justificativas seria o gasto com os carros, além de uma mudança no estilo de vida.

A Região Norte é a que mais se anda a pé no país (caso de 85% dos entrevistados) e são os que menos usam carro (23%). Os moradores da Região Norte também são os que mais utilizam motos (32%). A Região Sul é a que mais utiliza carros no Brasil (66% do total dos entrevistados). De cada dez entrevistados, quatro declararam que é muito difícil ou difícil se locomover no país.

A pesquisa, foi realizada pela Ipsos e encomendada pela 99 App, entrevistou 1,5 mil pessoas de 18 anos ou mais, de todas as regiões do país. O estudo foi realizado entre os dias 29 de abril e 8 de maio.

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