Urticária Crônica Espontânea pode desencadear depressão

Recente pesquisa realizada pela Ipsos Brasil com pacientes de Urticária Crônica Espontânea mostra que 79% dos entrevistados receberam diagnóstico de alergia antes de serem diagnosticados corretamente. A Urticária Crônica Espontânea é uma doença que atinge mais de 1 milhão de brasileiros e é caracterizada por lesões avermelhadas na pele que duram mais de seis semanas e coçam intensamente.

Apesar de sua alta prevalência, a Urticária Crônica Espontânea é ainda desconhecida por grande parte da população e muito confundida com alergia, mas, ao contrário desta, a Urticária Crônica Espontânea não é causada por nenhum fator externo como alimentos, cosméticos ou perfumes, deixando os pacientes inseguros e afetando a vida familiar, social e profissional.

De acordo com a pesquisa, a Urticária Crônica Espontânea tem um impacto muito prejudicial na qualidade de vida dos pacientes. Por ser ainda pouco conhecida pela sociedade em geral, a doença causa diversos constrangimentos para os pacientes. Entre os relatos dos entrevistados, aparece o medo de ser uma doença contagiosa, a insegurança de sair de casa, as dificuldades com os relacionamentos e as ausências no trabalho.

Ana Luiza Pesce, responsável pela pesquisa na Ipsos, destaca que 58% dos entrevistados adquiriram doenças psicológicas decorrentes da Urticária Crônica Espontânea como a depressão, por exemplo, e 56% já sofreram preconceito. Confira alguns dos impactos negativos na rotina de pessoas com urticária crônica espontânea:

A demora para chegar ao diagnóstico correto é uma realidade comum entre muitos pacientes de Urticária Crônica Espontânea – 52% são diagnosticados somente um ano depois do aparecimento dos primeiros sintomas e 25% demoram mais de 5 anos até o diagnóstico correto, sendo a maioria na região Nordeste.

Para levar informação de qualidade para a população, de forma que as pessoas que sofrem de Urticária Crônica Espontânea sejam diagnosticadas mais rapidamente e tenham acesso ao tratamento adequado, foi lançado em 2019 a segunda edição da Campanha de Conscientização “Todos pela causa – Tudo sobre Urticária Crônica Espontânea”. A iniciativa conta com a atriz Deborah Secco como embaixadora, ela vestiu a camisa e deu voz à causa durante ação que aconteceu em abril no São Paulo Fashion Week.

Tratamento

A primeira fase de tratamento para todos os pacientes diagnosticados com Urticária Crônica Espontânea são os anti-histamínicos H1 de segunda geração, podendo a dose ser aumentada em até quatro vezes se os sintomas não estiverem controlados. Para os pacientes que não conseguirem chegar ao controle completo da doença, adiciona-se ao tratamento medicamentos biológicos.

“Os medicamentos biológicos são indicados para os casos que não respondem aos anti-histamínicos. Com os sintomas de Urticária Crônica Espontânea controlados, a maioria dos pacientes retomam sua rotina e passam a viver melhor”, afirma o Dr. Luis Felipe Ensina, médico especialista em alergia e imunologia.

A notícia boa é que estudos clínicos mostram que, com o tratamento correto da Urticária Crônica Espontânea, 92% dos pacientes voltam a ter qualidade de vida como uma pessoa que não possui a doença. Por isso é muito importante que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

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