Mercado de trabalho: população subutilizada é a maior desde 2012
O desemprego ficou estável e atingiu 13 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio, mas o contingente de subutilizados foi o maior desde 2012, chegando a 28,5 milhões de pessoas.
O aumento na quantidade de pessoas subutilizadas foi puxado por outros dois recordes, de 7,2 milhões de subocupados e de 4,9 milhões de desalentados. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (28) pelo IBGE.
A taxa de subutilização também foi recorde e repetiu os 25% registrados no primeiro trimestre deste ano. Além da população desocupada, os subutilizados reúnem os subocupados (disponíveis para trabalhar mais horas), os desalentados (que desistiram de buscar emprego) e uma parcela que não consegue procurar trabalho por motivos diversos.
O contingente de pessoas ocupadas no mercado de trabalho também foi o maior da série histórica da PNAD Contínua. Foram 92,9 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em maio, uma alta de 1,2% em relação ao trimestre terminado em fevereiro e de 2,6% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
A analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy, ressalta que esse resultado se deu pelo crescimento da população que está disponível para trabalhar mais horas. “Do incremento de 1,1 milhão de ocupados de um trimestre para o outro, 582 mil vieram de subocupados por insuficiência de horas, que são mais da metade dessa alta”, explica a analista do IBGE.
Esse crescimento na ocupação também é explicado pela informalidade no mercado de trabalho. “Apesar do aumento na carteira na comparação com o mesmo período de 2018, o que realmente puxa a variação da população ocupada são os sem carteira e conta própria”, explica Adriana, complementado que os trabalhadores por conta própria sem CNPJ aumentaram em 330 mil e representam 80,2% da categoria.
De acordo com a pesquisa, foram 24 milhões de trabalhadores por conta própria, o maior contingente da série histórica, com crescimento de 1,4% na comparação com o trimestre anterior e de 5,1% frente ao mesmo trimestre do ano passado. Já os empregados sem carteira assinada chegaram a 11,4 milhões, um aumento de 2,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,4% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Outro resultado apontado pela pesquisa foi a redução do rendimento médio do trabalhador, que ficou em R$ 2.289, o que representa uma queda de 1,5% na comparação com o trimestre anterior e estabilidade em relação ao mesmo período do ano passado.