Porto AlegreRio Grande do SulSanta CatarinaVariedades

Biblioteca Pública do Estado sedia painel ‘Manoelito de Ornellas – 50 Anos Depois’

Evento gratuito contará com show e sessão de autógrafos

A vida e obra do jornalista, escritor e professor Manoelito de Ornellas é tema de evento, 50 anos após sua morte, que reúne uma mesa redonda, show e sessão de autógrafos, neste sábado, 10 de agosto, a partir das 15h, na Biblioteca Pública do Estado (Riachuelo, 1190), entidade que o intelectual presidiu, em 1938. Coordenado pelo também jornalista, escritor e professor Landro Oviedo, o evento tem entrada franca.

O debate sobre a permanência da obra de Manoelito de Ornellas contará com a participação da Doutora em Letras Maria Alice Braga, com teses sobre a obra do autor; do jornalista Paulo Mendes, que assina a coluna “Campereadas” no jornal Correio do Povo e ainda do advogado e ativista cultural Ricardo Goulart, como mediador. Também estão previstos sessão de autógrafos do livro “Manoelito de Ornellas, Vida e Obra de um Ex-Presidente da ARI”, de Maria Alice Braga e também show de Washington Gularte, com canções do folclore latino-americano.

SOBRE O HOMENAGEADO
Cidadão da cultura e das letras riograndense, nasceu em 17/2/1903, em Itaqui, à margem do Rio Uruguai. Jornalista, escritor e professor, em 1938 assumiu como diretor da Biblioteca Pública do Estado, sendo eleito em seguida presidente da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI), substituindo Erico Verissimo. Publicou livros de poesia, como “Rodeio de Estrelas” e “Arco-Íris”, em 1934 lançou a monografia sobre a história da região missioneira chamada Tupaciretã, que lhe proporcionou uma cadeira no Instituto Histórico e Geográfico do RS. Em 1942, no governo do presidente Getúlio Vargas, foi diretor de Imprensa e Propaganda no Rio Grande do Sul, contribuindo diretamente na contenção de uma censura que asfixiava a liberdade do pensamento impresso no Brasil. A consagração no campo literário veio em 1943, com o livro “Símbolos Bárbaros”, que, com êxito junto à crítica, também auxiliou na expansão do chamado Movimento Tradicionalista, hoje concretizado no Estado.

Manoelito de Ornellas – Foto: Divulgação/BPE

A obra “Caminhos do Brasil”, de 1944, foi anexada aos estudos em torno do processo político que modificou o sistema brasileiro, abolindo o Império, no Prêmio do 50º da República do Brasil, oferecido pelo Ministério do Exterior. “Gaúchos e Beduínos”, de 1948, figura na bibliografia de Nelson Werneck Sodré como uma das dez obras fundamentais ao estudo da sociologia no Sul do país, e em 1959 foi incluída oficialmente no índice Histórico Espanhol, sob a orientação do Dr. Guillermo Cespedes, catedrático da Faculdade de Letras de Sevilla. Intelectual que colecionou distinções e medalhas, Manoelito de Ornellas também recebeu, em 1968, o Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras, para o livro “Máscaras e Murais da Minha Terra”. Como professor, exerceu cátedras de Literatura Hispano-Americana, Cultura Ibérica e História da Arte em universidades do RS Santa Catarina. Na UFRGS, ministrou cursos sobre arte bizantina e arte islâmica, o que lhe possibilitou ser convidado para palestras e conferências em diversas faculdades do país. Ao longo de sua carreira como jornalista, trabalhou em veículos como Correio do Povo (Porto Alegre) e Jornal da Manhã, tendo sido redator-chefe de” A Federação” e articulista do Diário de São Paulo.

MARIA ALICE DA SILVA BRAGA
Graduada em Letras, Licenciatura em Língua Portuguesa e respectivas Literaturas (1997); Mestre em Letras com ênfase em Teoria Literária (2000) e Doutora em Letras, Teoria Literária com ênfase em Crítica Genética (2004); todos pela PUCRGS. Possui pesquisa na área de literatura, história e memória. É organizadora do livro “Cem Anos Sem Machado (2008); participou de obras como “Erico Verissimo Provinciano e Universal” (2006); “Mario Quintana: Cotidiano, Lirismo e Ironia” (2006); “A Narrativa Literária: Novos Rumos” (2007) e “Novos Horizontes para a Teoria da Literatura e das Nídias (2012). É autora da obra “Manoelito de Ornellas: Vida e Obra de um Ex-presidente da ARI” (2015). Possui artigos e ensaios publicados em revistas especializadas, atuando também como parecerista. Produz material didático para o ensino a distância em formato digital, assim como livros em formato impresso. Tem experiência na área de Letras no ensino de Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas e culturas. Lecionou na Ulbra: graduação e pós-graduação – Especialização em Língua Literatura e Mídias e no Ensino a Distância (EAD). É pós-doutoranda na área de Literatura, História e Memória (PUCRS). Ministra as disciplinas de Comunicação e Expressão, Literatura Brasileira e Teoria e Crítica Literárias.

WASHINGTON GULARTE
Músico, compositor pesquisador e escritor uruguaio, radicado em Porto Alegre há quase 40 anos. Autor de quatro CDs e oito livros, vários com aval diplomático de quatro países: Uruguai, Espanha, Colômbia e Peru e da Ordem dos Músicos do Brasil. É precursor literário no Brasil, ao editar a primeira obra do folclore afro-uruguaio, “El Candombe” (1991); a primeira obra sobre flamenco, ”Brasil Bajo el Embrujo Flamenco” (1995), o livro “Sureado, uma Nova Forma de Orientar-se” (2004) e ao lançar, em 2015, “O Tango em Porto Alegre (1914-2014), primeira obra a contar 100 anos da história do tango na capital gaúcha. É uma das grandes referencias da cultura latino-americana.

Serviço:
Dia: 10 de agosto (sábado)
Hora: a partir das 15h.
Local: Biblioteca Pública do Estado (Riachuelo, 1190) – Porto Alegre/RS
Entrada franca.

Botão Voltar ao topo