Na quinta-feira (28), o Instituto Ling recebe um show inédito em homenagem ao maestro Moacir Santos (1926-2006), compositor e arranjador pernambucano que foi um dos pioneiros em misturar a música popular afro-brasileira com elementos do jazz. O repertório especial será interpretado por cinco grandes nomes da cena instrumental de Porto Alegre: o flautista Ayres Potthoff, o pianista Leonardo Bittencourt, o guitarrista Pedro Tagliani, o contrabaixista Nico Bueno e o baterista Mano Gomes.
A apresentação faz parte da programação comemorativa dos cinco anos do Instituto Ling e terá entrada franca mediante retirada de senhas que serão distribuídas no dia, a partir das 19h, e por ordem de chegada. O show iniciará às 20h.
O espetáculo Moacir de Todos os Santos reunirá as principais composições da obra musical e orquestral do maestro, destacando canções que misturam africanidades e brasilidades com elementos estruturais e harmônicos do jazz americano. No repertório do show estão músicas como Nanã, que fez deslanchar a carreira de Moacir como compositor e solista após ser gravada pelo pianista Gil Evans, além de canções como Suk Cha, De Bahia ao Ceará, Cleonix e Orfeu.
Nascido em Serra Talhada, Moacir José dos Santos aprendeu a tocar todos os instrumentos da Banda Marcial da cidade de Flores ainda criança. Aos 14 anos, fugiu de casa e passou a integrar bandas militares de diversas cidades do nordeste até ser contratado, em João Pessoa, pela jazz band da Rádio Tabajara, da qual se tornou regente em 1947. No ano seguinte, foi para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar como saxofonista em orquestra da Rádio Nacional até se tornar arranjador da emissora, ao lado Radamés Gnattali, Leo Peracchi e Lyrio Panicalli. No Brasil, ainda foi professor de nomes como Nara Leão, Baden Powell, Roberto Menescal, João Donato, Carlos Lyra e Dorival Caymmi e fez parcerias com músicos como Vinícius de Moraes, Nei Lopes e Geraldo Vandré.
Apesar da intensa carreira no país, Moacir Santos ficou ainda mais famoso internacionalmente. Em 1967, foi para Hollywood trabalhar com Nino Rota e Henry Mancini compondo trilhas para o cinema. Foi nos Estados Unidos que ele lançou seus principais álbuns: Maestro (1972), indicado ao Grammy; Saudade (1974) e Carnival of the Spirits (1975), todos pela conceituada Blue Note Records. No Brasil, ficou a lembrança do seu nome no famoso Samba da Benção, de Vinícius de Moraes: “…A bênção, maestro Moacir Santos. Não és um só, és tantos como o meu Brasil de todos os santos”.
Moacir de Todos os Santos
Com Ayres Potthoff (flauta), Leonardo Bittencourt (piano), Pedro Tagliani (guitarra), Nico Bueno (contrabaixo) e Mano Gomes (bateria)
Dia 28 de novembro, quinta-feira, às 20h
Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre)
Evento com entrada franca, mediante retirada de senhas que serão distribuídas no dia do show, a partir das 19h, por ordem de chegada. Será permitida a retirada de até duas senhas por pessoa.
Classificação etária: Livre
Duração: 60 minutos